Não fui promovido! O que posso fazer para mudar esse jogo?

Rodrigo Magalhães, sócio da EXEC, aponta alguns critérios que levam empresas a abrirem novos horizontes para os profissionais e traz dicas para chegar lá

Fernanda Ribeiro
20/08/2025 16h28 - Atualizado há 15 horas

Não fui promovido! O que posso fazer para mudar esse jogo?
Foto: Divulgação

Ao longo da carreira, uma notícia soa como música aos ouvidos de muitos profissionais: “parabéns, você foi promovido!”. Quando eles contabilizam um bom desempenho e entregam resultados, avançar novos degraus na organização é uma das recompensas mais esperadas, juntamente com um aumento de salário. Mas, e quando essa realidade nunca chega?

 

De acordo com Rodrigo Magalhães, sócio da EXEC, a análise de uma possível promoção vai muito além das entregas feitas com consistência. “Sustentabilidade, colaboração, inteligência emocional, escuta ativa, capacidade de desenvolver o entorno, respeito ao clima organizacional são aspectos que se tornaram parte do pacote de avaliação”.

 

No entanto, Magalhães destaca a importância do entendimento sobre as diferentes trilhas de crescimento dentro das organizações. Hoje há a opção de seguir o caminho da liderança ou aprofundar-se na especialização técnica. Embora ambos os percursos ofereçam oportunidades de crescimento e reconhecimento, eles demandam diferentes conjuntos de habilidades e focos de desenvolvimento. Para ele, enquanto a evolução técnica tende a ser mais linear e limitada, com a escassez de posições seniores sem escopo de liderança, o avanço para cargos de gestão exige um conjunto de competências distintas.

 

E nem todo executor eficiente se transforma naturalmente em um bom líder. “Liderar exige mais do que saber fazer: envolve multiplicar resultados por meio das pessoas, promover um ambiente seguro e sustentável, inspirar mudanças e agregar valor estratégico ao negócio. É uma função que extrapola a entrega técnica: trata-se de construir, influenciar e sustentar ecossistemas de performance e inovação”, conta.

 

Visibilidade estratégica

 

Muitas vezes, a subida de cargo tão esperada não chega pela ausência de visibilidade estratégica. Rodrigo destaca que esse objetivo não pode ser relacionado a uma autopromoção, mas sim está ligado à influência e relevância. “Quem é invisível nas discussões relevantes pode não ser lembrado quando surgem oportunidades. Mostrar-se disponível, comunicar resultados e participar de fóruns certos são atitudes que ampliam não só o reconhecimento, mas também o alcance de suas ideias e contribuições. Na prática, quem não é lembrado dificilmente será promovido”.

 

Soluções como mentoria e coaching podem ser uma boa opção para alcançar ainda mais rápido a sonhada promoção. Um dos exemplos é a iniciativa da EXEC, que ajuda as lideranças a fortalecerem a presença ativa dos profissionais, com clareza, embasamento e impacto. Mas Magalhães chama a atenção para um ponto importante: a visibilidade não pode vir sem consistência e propósito. “A exposição sem entrega pode minar a credibilidade ao invés de impulsioná-la”, alerta.

 

Relacionamentos interpessoais e protagonismo

 

Na jornada em busca da promoção, criar relacionamentos sólidos constroem confiança, na visão de Magalhães, e esse é o ativo mais valioso para quem deseja crescer na carreira. “Líderes e colegas influenciam diretamente nas indicações, no patrocínio interno e até na leitura de potencial de um profissional. Relações saudáveis criam pontes de colaboração, abrem portas, aceleram decisões e fortalecem sua reputação como alguém confiável e acessível”, esclarece.
 

O protagonismo é outro aspecto mencionado por Rodrigo para ter sucesso nesse caminho. “Crescimento sem protagonismo é sorte, e ela não se sustenta no longo prazo. Na EXEC, nossa metodologia de avaliação de potencial parte de três pilares: motivação, competências e alinhamento com as necessidades do negócio. E o protagonismo é o elo que conecta esses três pontos. Quem toma a frente da própria trajetória busca feedbacks, entende seus gaps, desenha planos de ação, estuda e se posiciona de forma clara, consciente e alinhada ao contexto. Isso não é vaidade, mas sim posicionamento”, ressalta.
 

Atualmente, a capacidade de adaptabilidade, aprendizado, experimentação e agilidade no aprender são competências essenciais para as lideranças nos mundos de hoje.
 

Influência da cultura organizacional

 

O sócio da EXEC destaca que um dos maiores diferenciais para a promoção é o alinhamento entre o profissional e a cultura da empresa. “Um ambiente com baixo nível de meritocracia através de dados pode não ser o terreno certo para quem tem um perfil dirigido por métricas. Se o ambiente valoriza mais o relacionamento interpessoal e você acha que consegue se adaptar, siga em frente. Mas tenha clareza das regras do jogo e dos caminhos para tomar suas próprias decisões e ser protagonista da sua carreira”, aconselha.

 

O que fazer para ir atrás da promoção?

 

Para o profissional que está frustrado com a falta de promoção na empresa, Rodrigo Magalhães lista alguns conselhos valiosos a seguir.

 

Mapeie possibilidades internas. Identifique se há movimentos laterais, projetos ou squads que podem abrir portas;
 

Busque um “patrocinador”. Alguém com poder e influência, que reconheça seu valor e te apoie;
 

Construa um plano de carreira com alternativas. Tenha na manga planos A,B e C para manter o movimento e a ambição viva;
 

Use seus resultados a seu favor dentro e fora da empresa. Saber vender seu impacto em entrevistas de emprego é valioso;
 

Reavalie o contexto. Faça perguntas a si mesmo como: a cultura da empresa valoriza promoções? Há clareza nos critérios para isso?;
 

Cuide da sua energia e narrativa. Sua frustração é legítima. Porém, o que você fizer com ela definirá o próximo passo. Aproveite o momento para se reinventar.
 

A competição no mundo corporativo nunca foi tão acirrada. As disputas por cargos de liderança são verdadeiros duelos de Titãs. Por isso, Magalhães aconselha: se diferencie da multidão, se torne valioso, estimule que os tomadores de decisão falem sobre você e cuide da sua saúde psicológica de forma preventiva. Não é uma receita de bolo, mas pode ajudar o profissional a chegar lá!


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FERNANDA CRISTINA RIBEIRO
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