Energia solar ultrapassa 5 milhões de consumidores e ganha protagonismo na matriz elétrica brasileira

Expansão da energia solar reflete queda nos custos, maior adesão residencial e destaque do Brasil na agenda global de transição energética

ANDRé ELOI
20/08/2025 17h03 - Atualizado há 18 horas

Energia solar ultrapassa 5 milhões de consumidores e ganha protagonismo na matriz elétrica brasileira
(Créditos: iStock/ Drs Producoes)
 

No final do século XX, especialmente após a crise do petróleo na década de 1970 e o Protocolo de Kyoto de 1997, os países assumiram um compromisso com a transição energética. A transição nada mais é do que a substituição gradual das fontes fósseis, ou seja, carvão, petróleo e gás natural por fontes renováveis, como solar, eólica, hidrelétricas, biomassa, entre outras. 

A ideia central deste processo é tornar a matriz energética global eficiente, sustentável e acessível, com baixa emissão de carbono. Neste movimento, o Brasil ocupa posição de destaque, dado que atualmente possui relativamente uma matriz energética mais limpa, em comparação com as outras nações do globo. 

Energia solar é a segunda maior fonte do país

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgou dados que colocam o Brasil na vanguarda da transição energética, visto que a energia solar representa, atualmente, a segunda maior fonte de energia do país, correspondendo a 22,2% de toda a matriz energética.

Não é à toa que o Brasil recentemente superou a marca de 5 milhões de consumidores beneficiados pela geração distribuída, modalidade que permite ao consumidor produzir a sua própria eletricidade. Esta modalidade em específico cresce significativamente, uma vez que, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o segmento já conta com 3,3 milhões de sistemas e 37,5 GW de potência operacional.

É importante enfatizar que, embora muitas empresas estejam aderindo à energia solar, a ampla maioria dos consumidores de geração distribuída é da classe de consumo residencial, que abrange 3,4 milhões de unidades, seguida de instalações comerciais (893 mil), rurais (498 mil) e industriais (106 mil). 

Neste ano, por exemplo, o mercado brasileiro de energia solar conseguiu o feito de conquistar 148 mil novos sistemas de energia solar, abastecendo 233 mil unidades consumidoras. Este cálculo, por sua vez, totaliza 1,6 GW de capacidade instalada, conforme dados coletados até 20 de março de 2025. 

É importante ressaltar que a energia solar, além de ser uma fonte limpa, possui outros benefícios elementares, como economia e descentralização. Na prática, além de reduzir os custos com eletricidade, os sistemas oferecem certa previsibilidade financeira, em meio a instabilidade tarifária de algumas regiões do território nacional. Além do aspecto econômico, existe, também, um ganho ambiental valioso. 

Se, por um lado, a energia solar garante economia, por outro abre espaço para novos modelos de negócios. A evolução do setor mostra que algumas instalações vão além do consumo próprio e podem ter outras funções, como vender energia solar. A comercialização ocorre em diferentes níveis, seja na venda de painéis e demais objetos técnicos, ou na própria compensação de créditos associados à geração distribuída. 

No fim, de acordo com as projeções da Absolar, a energia solar no Brasil deve crescer ainda em 2025 cerca de 13,2 GW de capacidade instalada, sendo que deste valor 8,5 GW referem-se a geração distribuída e 4,6 GW a centralizada, segmento atrelado às usinas de grande magnitude. 

A transição energética já é uma realidade para o Brasil e para o restante do mundo. A tendência é que cada vez mais as fontes fósseis sejam substituídas por matrizes energéticas que se alinhem com as políticas econômicas e culturais que buscam equilibrar o uso da natureza, consumindo de forma responsável e segura.


 

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ANDRE LUCIO ELOI DE SOUZA FILHO
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