Oficinas culturais, dentro do Setembro Verde, promovem a conscientização sobre as deficiências ocultas em Florianópolis e Blumenau (SC)
Projeto Alegria a gente Cria, da escritora Ana Lavratti, integra o Circuito Catarinense de Cultura e percorre instituições de SC para fomentar a empatia e inclusão social
ORGANIKA - EXPERIêNCIAS EM COMUNICAçãO
18/08/2025 03h51 - Atualizado há 10 horas
Isis Lacombi
O Setembro Verde nos remete a duas datas muito importantes: 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Contemplada pela FCC para o Circuito Catarinense de Cultura, a escritora Ana Lavratti aproveita as duas datas para abraçar a causa das deficiências ocultas. Em Santa Catarina, a Lei n. 18.255/2021 atualizou a legislação para equiparar a pessoa diagnosticada com doença renal crônica à pessoa com deficiência. Na prática, no entanto, os pacientes renais que se submeteram a um transplante de rim, ou que dependem de diálise, não costumam ser percebidos pela sociedade como pessoas com atendimento prioritário ou direitos ampliados, por se tratar de uma deficiência orgânica. “O mesmo vale para os pacientes com dor crônica e outras limitações não-aparentes, por isso a nossa proposta contempla oficinas culturais dentro da APAR e da Renal Vida, para sensibilizar a sociedade sobre as deficiências são visíveis”, explica a idealizadora, Ana Lavratti. Executada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, com recursos do Governo Federal e da Política Nacional Aldir Blanc, a proposta contempla seis encontros gratuitos. Além da APAR, em Florianópolis, e da Renal Vida, em Blumenau, as oficinas culturais “Alegria a gente Cria” serão oferecidas na Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC), no Espaço IVG do Instituto Vilson Groh, e para os pacientes, familiares e voluntários da AMUCC, num evento aberto ao público no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Em todas as edições, de 1º a 24 de setembro, os participantes vão basear as atividades no livro distribuído gratuitamente, com temática motivacional. À parte, a oficina também integra a programação do projeto Múltiplas Experiências, na Casa Múltiplas. Autora de 12 livros, entre eles “Alegria a gente Cria”, Ana Lavratti estreou na literatura por meio do voluntariado. Seu primeiro livro, “Seus olhos, depoimentos de quem não vê como você nunca viu”, teve a íntegra da renda para a Associação Catarinense para Integração do Cego. Em outro projeto mais recente, Ana levou para a ACIC oficinas explorando o conto “O Patinho Feio”, e desta vez o objetivo é disseminar o “monólogo interior vence-dor”. Tudo começa nos poemas, que convidam a revisitar comportamentos com muita humanidade: reconhecendo as limitações com respeito, olhando para a própria história com orgulho, e substituindo falas automatizadas, de lamento e vitimização, por expressões de otimismo e proatividade. Ao longo da dinâmica, o participante vai designar as mudanças necessárias na forma como fala consigo: no que repete a seu respeito e como isso forja a própria identidade. Forçada a tratar um câncer quando tinha bebê de colo, forçada a largar a rotina efervescente para acompanhar o marido internado em Curitiba – submetido a mais de 30 cirurgias desde o diagnóstico de tumor na coluna – e forçada a reescrever seus planos, após um quadro grave de dengue hemorrágica com lenta recuperação, Ana Lavratti conhece bem a realidade de quem precisa se superar diariamente. As lições aprendidas nos momentos de fragilidade foram traduzidas em poemas no livro “Alegria a gente cria” e na metodologia das oficinas, onde ela se apodera das teorias de Augusto Cury e de Tony Robbins – que nos convencem que as palavras que escolhemos determinam a intensidade da experiência e a qualidade das nossas memórias – para incitar o leitor e ouvinte a ser mais criterioso nas expressões e nos mantras que adota. “Sempre que uma pessoa tem limitações de saúde, toda a rede de apoio precisa se adaptar, e são estas pessoas que desejamos envolver, levando mensagens de empatia, de encorajamento e de alegria para os pacientes, os familiares e os voluntários, incitando por meio da leitura poética e da escuta afetiva uma postura protagonista diante das adversidades”, resume Ana. O símbolo utilizado para identificar pessoas com deficiências ocultas é o cordão de girassol, e estas oficinas culturais pretendem ampliar a consciência sobre estes casos, em que a pessoa pode requerer ajuda ou mais tempo, sem que esta condição seja percebida pela sociedade. AGENDA DE OFICINAS “ALEGRIA A GENTE CRIA” 28.08 – 8h30 – Faial Prime Suites - Café da Manhã para imprensa e Lançamento oficial da programação das Oficinas “Alegria a gente Cria” 01.09 – 13h – ACIC - Associação Catarinense para Integração do Cego (Florianópolis) 03.09 – 14h30 – APAR - Associação dos Pacientes Renais de SC (Florianópolis) 10.09 – 14h – Espaço IVG – Instituto Vilson Groh (Florianópolis) 11.09 – 19h – Múltiplas Experiências na Casa Múltiplas (Florianópolis) 22.09 – 11h – Renal Vida (Blumenau) 24.09 – 13h30 - Plenarinho da Assembleia Legislativa (Alesc), em parceria com AMUCC*
* Encerramento com evento aberto ao público e distribuição gratuita do livro. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
GIULIANA KORZENOWSKI
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FONTE: https://www.instagram.com/analavratti