Menopausa sem tabu: informação e tratamento individualizado são essenciais para enfrentar processo

Ginecologista do CEJAM orienta sobre os principais sintomas e a necessidade de empatia, inclusive, no ambiente de trabalho

DEUSARINA SANTANA
07/08/2025 12h48 - Atualizado há 3 horas

Menopausa sem tabu: informação e tratamento individualizado são essenciais para enfrentar processo
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São Paulo, agosto de 2025 – Ondas de calor, insônia, irritabilidade, alterações no humor e queda na libido. Esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns enfrentados por mulheres durante a transição para a menopausa. Apesar de ser algo natural do envelhecimento do corpo feminino, ainda é cercado de tabus e desinformação. O que pode atrasar o diagnóstico, dificultar o tratamento e comprometer significativamente a qualidade de vida. 
 

“Os sintomas da menopausa costumam surgir por volta dos 50 anos, durante o climatério, fase de transição hormonal que pode durar anos e impactar a saúde física, emocional e as relações afetivas. Por isso, é fundamental reconhecê-los e saber que existem caminhos seguros e eficazes para passar por essa fase com mais tranquilidade e bem-estar”, afirma a ginecologista-obstetra Camilla Salmeron d​o​ AME Mulher - Leonor Mendes de Barros, gerenciado pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) em parceria com a Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. 

 

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que aproximadamente 30 milhões de mulheres no Brasil estão na faixa etária do climatério e da menopausa. No entanto, apenas 238 mil foram diagnosticadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
 

Segundo a especialista, é importante que a mulher compreenda que a menopausa corresponde à última menstruação, confirmada após 12 meses consecutivos sem sangramento. Além disso, identifique os sintomas mais frequentes durante essa fase, que incluem fogachos (ondas de calor), sudorese noturna, insônia, alterações de humor, irregularidade menstrual, ressecamento vaginal, queda da libido, dores articulares, fadiga e ganho de peso, especialmente na região abdominal. 
 

“Muitas mulheres evitam procurar ajuda médica e seguem tratamentos populares, indicados por quem já passou pela fase. Mas é importante que busquem ajuda logo aos primeiros sintomas, pois cada processo é individual, o que significa que o tratamento também é”, explica. 
 

Tratamento 
A Terapia Hormonal (TH) segue como tratamento de primeira linha para sintomas moderados a intensos, especialmente fogachos e secura vaginal. “Apesar de existirem riscos, como trombose ou aumento discreto do risco de câncer de mama com o uso prolongado, os benefícios superam os riscos em mulheres saudáveis com menos de 60 anos ou até 10 anos após a menopausa. A avaliação individual é essencial”, esclarece.   
 

Já os tratamentos naturais e complementares também podem ajudar, principalmente, em casos leves ou quando há contraindicações médicas. Entre eles: fitoestrogênios (soja, linhaça), chá de folha de amora, a planta Cimicifuga racemosa, acupuntura, terapias comportamentais como mindfulness e yoga, além de acompanhamento psicológico. 
 

A alimentação e a prática regular de exercícios físicos são grandes aliadas nesse período. Uma dieta rica em cálcio, vitamina D e fibras favorece a saúde óssea e o controle do peso. “Atividades físicas ajudam a reduzir fogachos, melhorar o humor, o sono e prevenir condições como osteopenia, sarcopenia e doenças cardiovasculares”, reforça a médica. 
 
Impactos psicológicos 
De acordo com a pesquisa Menopause Experience & Attitudes, realizada pela farmacêutica Astellas e divulgada em março deste ano, 8 em cada 10 mulheres brasileiras (79%) vivenciaram sentimentos psicológicos negativos relacionados à menopausa, incluindo ansiedade (58%), depressão (26%), constrangimento (20%) e vergonha (16%).
  

“Além de ser um tabu para as mulheres, a queda dos níveis hormonais durante a fase pode desencadear ​problemas como a​​     ​ ansiedade e até depressão.  O que pode comprometer o desempenho, a produtividade e as relações interpessoais”, ​destaca​​  ​ a ginecologista. 
 

A pesquisa ainda apontou que 47% das mulheres relataram impacto negativo direto no ambiente de trabalho. Como redução de produtividade (26%), medo de contar aos colegas (17%) e até mesmo episódios de discriminação explícita (9%). 
 

“Ainda há muita desinformação e preconceito em torno do tema. É urgente criar espaços seguros para que as mulheres possam falar sobre essa fase da vida sem medo de julgamentos ou discriminação”. 
 

O acolhimento e a empatia no consultório são fundamentais para mudar esse cenário. “O primeiro passo é escutar, validar os sintomas e orientar com clareza. A mulher não está sozinha nesse processo. A informação é a maior aliada para enfrentar essa fase com autonomia e saúde”, complementa.  
 
Menopausa precoce 
Algumas mulheres podem enfrentar a falência ovariana prematura, que ocorre antes dos 40 anos. As principais causas são genéticas, autoimunes ou provocadas por cirurgias e tratamentos, como a quimioterapia. Os sintomas são semelhantes aos da menopausa natural, mas costumam ser mais intensos. O diagnóstico exige avaliação médica e exames laboratoriais.  

“Ignorar os sintomas ou deixar de tratá-los pode levar a consequências como insônia crônica, depressão, perda de massa óssea e muscular, disfunção sexual e queda expressiva da qualidade de vida”, finaliza. 
 

 

Sobre o CEJAM     
O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos. 
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde. 
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.  
No ano de 2025, a organização lança a campanha "365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade", reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).  
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