A criatividade, a conexão com a espiritualidade e o fortalecimento de valores como o respeito, a valorização cultural e a consciência ambiental marcaram as atividades realizadas com os adolescentes da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) Mauá, vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, durante as férias escolares. As oficinas, promovidas entre os dias 16 e 21 de julho, envolveram pintura em gesso, modelagem em argila e reciclagem criativa, proporcionando aos jovens novas vivências de expressão, aprendizado e pertencimento.
As ações de pintura em gesso e reciclagem foram realizadas em parceria com instituições religiosas, por meio do Programa de Assistência Religiosa (PAR) da Fundação CASA, que promove atividades voluntárias com foco na espiritualidade, nos valores humanos e no fortalecimento pessoal. Já a oficina com argila foi promovida como uma vivência cultural conduzida por lideranças indígenas, com foco na valorização das tradições dos povos originários.
No dia 16, os adolescentes participaram de uma oficina de pintura em gesso conduzida por representantes da Igreja Assembleia de Deus. A atividade teve como proposta incentivar a criatividade e estimular a concentração, além de desenvolver a coordenação motora fina e o senso estético dos participantes. Com pincéis e tintas coloridas, os jovens pintaram figuras moldadas em gesso. Ao final, cada participante pôde levar sua peça como recordação da experiência vivida, reforçando a autoestima e o sentimento de realização pessoal.
Já no dia 18, a vivência foi conduzida pelas indígenas Silvia Monice Muiramomi, cofundadora do Movimento Indígena Nhande Vae’eté ABC e liderança do povo Guayana-Muiramomi, e Maura Akã Mbareté. A oficina de produção de peças em argila proporcionou aos jovens um mergulho na cultura e nas tradições dos povos originários, com cantos tradicionais, o contato com instrumentos como maracás, e a prática de técnicas ancestrais de modelagem.
Inspirada nos saberes indígenas, a prática com argila resgata a ancestralidade e valoriza o uso desse material como matéria-prima natural, fundamental para a confecção de utensílios, peças decorativas e objetos de uso cotidiano em diversas culturas originárias. Além de estimular a criatividade e as habilidades motoras, a oficina promoveu a troca de saberes e despertou o interesse dos jovens pelas culturas indígenas e pela importância da preservação dos saberes ancestrais.
Encerrando a programação, no dia 21, os adolescentes participaram de uma oficina promovida pela Igreja Fé e Obras Missionárias (IFOM), que abordou a sustentabilidade por meio da transformação de garrafas PET em peças decorativas. A proposta foi despertar a consciência ambiental e estimular o reaproveitamento de materiais que seriam descartados.
Para a coordenadora pedagógica do CASA Mauá, Priscila Valente, as ações durante o recesso escolar agregaram valor formativo à rotina dos adolescentes. “Essas oficinas foram momentos potentes de aprendizagem e troca. A arte, aliada ao diálogo sobre valores, ampliou o olhar dos jovens para diferentes formas de expressão, de pertencimento e de cuidado com o outro e com o mundo”, destacou.
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, ressaltou a importância das oficinas como ferramentas que estimulam o aprendizado prático e abrem caminhos para o futuro. “Atividades como essas despertam habilidades, fortalecem a criatividade e mostram aos adolescentes que eles são capazes de produzir como verdadeiros profissionais. Ao vivenciarem esse tipo de experiência, ampliam suas referências e podem até se inspirar para seguir uma carreira, transformar a realidade e construir um novo projeto de vida”, afirmou.
Sobre a Fundação CASA A Fundação CASA aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social. Mais informações em:
https://fundacaocasa.sp.gov.br/.