Thiago Fialho é cofundador da GTPLAN e acumula mais de 20 anos de experiência no mercado de tecnologia e inovação, Divulgação
Por Thiago Fialho**
Vivemos uma era em que a inteligência artificial (IA) é apresentada como o principal vetor de transformação dos negócios. Com algoritmos cada vez mais potentes, promessas de automação massiva e capacidade de aprender com volumes crescentes de dados, o cenário é sedutor, especialmente para líderes de TI em setores críticos como a saúde.
Entretanto, a experiência prática mostra que depositar todas as fichas na tecnologia, sem uma firme governança humana, é um caminho arriscado e potencialmente desastroso. O futuro dos negócios - e não apenas dos hospitais - depende desse equilíbrio delicado.
No ambiente hospitalar, a complexidade fala ainda mais alto. Planejar a cadeia de suprimentos já seria um desafio em qualquer empresa, mas, em hospitais, essa tarefa assume contornos dramáticos: oscilações bruscas de demanda, urgências que batem à porta, exigências regulatórias rigorosas e ocorrências que literalmente podem custar vidas.
Diante deste cenário, a tentação de entregar tudo à IA é compreensível, mas perigosa. Por mais que algoritmos consigam prever cenários, disparar ordens e processar dados, a tomada de decisão crítica, a análise ética e a articulação entre atores ainda dependem, e dependerão, de pessoas.
Ao desenharmos soluções para o ecossistema hospitalar, investimos pesado em IA. Possibilitando o protótipo interfaces sem vícios de negócio e tecnologia; a simulação de novas experiências de usuário; a automatização de avaliações de performance; e a sugestão de melhorias técnicas e visuais com rapidez surpreendente. Ferramentas como Cursor, Lovable e Replit Copilot aceleraram o desenvolvimento e entregaram interfaces modernas, responsivas e centradas na experiência do usuário - essenciais em ambientes hospitalares.
Os ganhos em velocidade e qualidade foram evidentes, porém, a sensação de progresso rápido logo esbarrava em um limite invisível: a robustez, a segurança e a confiabilidade que o setor exige não nascem da máquina, mas do discernimento humano.
Na prática, notamos que: Em aplicações simples, de CRUD e lógica direta, a IA funciona com alta eficiência. Mas, quando envolve regras complexas, validações críticas e ambientes de alta carga operacional, a IA sozinha pode gerar códigos frágeis, com manutenção insustentável e performance instável.
É aqui que entra a governança humana. Foi ela que garantiu escalabilidade, segurança, coerência arquitetural e confiabilidade nas novas soluções que desenvolvemos. Assim como quem transformou o prompting correto em um ativo estratégico e que permitiu que a IA não fosse um fim em si, mas um meio a serviço da excelência técnica e do propósito clínico.
Nossos especialistas - analistas, desenvolvedores seniores, gestores de segurança e profissionais do próprio hospital - tornaram-se verdadeiros guardiões do processo. Foram eles que definiram limites claros para as automações, validaram a escalabilidade real do sistema e anteciparam os riscos de segurança que a IA, por si só, não enxergaria.
Adotando metodologias de governança humana, conseguimos não apenas cumprir normas e regulamentações, mas também antecipar necessidades específicas do cotidiano hospitalar, da urgência clínica à sensibilidade das informações do paciente.
A lição é clara: a IA pode inovar, acelerar e aprimorar, mas somente a governança humana transforma essa tecnologia em valor sustentável, seguro e confiável. É preciso ter líderes preparados para questionar, validar e adaptar cada decisão automatizada ao contexto real da organização.
No momento em que a inteligência artificial se torna colaboradora ativa, torna-se igualmente essencial contar com humanos que atuem como curadores, auditores e garantidores da ética e responsabilidade.
Para os CIOs que buscam de fato direcionar suas empresas para o futuro, o recado é direto: alinhem suas estratégias de inovação ao fortalecimento da governança humana.
Estimulem equipes interdisciplinares, formem especialistas em tecnologia e em negócios. Garanta canais abertos para retroalimentação constante: a tecnologia pode ocupar o centro do palco, mas são as pessoas que garantirão o espetáculo; com segurança, eficiência e responsabilidade.
No fim, transformar o futuro empresarial não é uma questão de escolher entre cérebro humano e IA, mas de orquestrar, com rigor e inteligência, o melhor de cada um. CEO’s atentos sabem: o futuro mais sustentável não será apenas o mais digital, mas sobretudo o mais humano!
**Thiago Fialho é cofundador da GTPLAN e acumula mais de 20 anos de experiência no mercado de tecnologia e inovação, sendo um dos principais especialistas no setor de supply chain no Brasil. É formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de São Paulo (USP), possui também a certificação APICS Certified in Production and Inventory Management (CPIM), com expertise em otimização de processos de produção e gestão de inventário.
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MARIA MARILEUDA DE AGUIAR SOUZA
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