Gripe, resfriado ou as famosas ‘ites’?

Alergista e imunologista, Dra. Thais Ferreira, explica como diferenciar gripes, resfriados e outras ‘ites’ — e como cuidar de forma mais consciente

AMANDA SILVEIRA
29/07/2025 12h10 - Atualizado há 1 dia

Gripe, resfriado ou as famosas ‘ites’?
Dra. Thais Ferreira
Espirros, coriza, nariz entupido, tosse, febre, cansaço… Quando o clima muda, os sintomas aparecem — e com eles a dúvida: é gripe, resfriado ou uma das chamadas “ites”? A médica alergista e imunologista, Dra. Thais Ferreira, explica, com clareza e acolhimento, como identificar corretamente cada quadro e cuidar da saúde respiratória com mais segurança e prevenção.
Em tempos de invernos secos e baixas temperaturas, os sintomas respiratórios se tornam frequentes nos lares e consultórios. Mas, embora sejam comuns, nem sempre são bem compreendidos. “Muita gente trata a rinite como se fosse gripe, e usa antigripal quando, na verdade, está lidando com um quadro alérgico. Isso pode mascarar o problema e torná-lo crônico”, explica a médica especialista.
Segundo ela, a chave está na intensidade, na duração e na repetição dos sintomas: a rinite alérgica costuma causar coriza, obstrução nasal, espirros, coceira no nariz e, às vezes, dor de cabeça. Mas, não provoca febre nem tosse. Já se o paciente tem febre, é preciso pensar em infecção — e aí pode ser gripe ou resfriado.

A gripe, provocada pelo vírus Influenza, vem acompanhada de febre alta, dores no corpo, prostração e tosse seca. Já o resfriado tende a ser mais leve e passageiro, causado por vírus como o rinovírus, com sintomas como coriza, leve dor de garganta e espirros, geralmente sem febre.
Se os sintomas se repetem com frequência — especialmente nariz entupido, espirros e coriza quase constantes — é provável que se trate de uma condição alérgica mal controlada, como a rinite. “A gente vê muitos pacientes tratando quadros recorrentes com antigripais, sem saber que está lidando com uma alergia. É um ciclo de medicação sintomática que não resolve”, alerta Dra. Thais.
A médica explica que, na rinite ou sinusite de origem alérgica, o tratamento é contínuo, diário. Envolve controle ambiental, suplementação vitamínica e, em muitos casos, imunoterapia específica, que ensina o organismo a não reagir de forma exagerada aos agentes causadores da alergia. Já nos quadros infecciosos, o tratamento é voltado para o episódio agudo. E, se houver infecções de repetição, é necessário investigar imunodeficiências e é possível lançar mão da imunoestimulação.
Muita gente ainda se refere à asma como bronquite, mas segundo Dra. Thais, o termo correto para a condição alérgica dos pulmões é mesmo asma. “A asma alérgica é crônica e frequentemente associada à rinite. Ela pode ser desencadeada por ácaros, poeira, mofo, mudanças climáticas, entre outros. Mas também existem tipos de asma não alérgicos, causados por obesidade, questões ocupacionais ou outras inflamações”, explica ela.
Dra. Thais Ferreira reforça que bons hábitos ajudam tanto na prevenção de alergias quanto das infecções: lavagem nasal diária, alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, exposição ao ar livre e à luz solar, manter vacinas em dia e tratar doenças de base, além de suplementação vitamínica,  quando indicada. “Prevenir é sempre melhor. E no caso das alergias, o tratamento precoce pode mudar o curso da doença e evitar que ela evolua para quadros mais graves, como a asma”, afirma.
De acordo com a médica, o alergista e imunologista é o médico indicado para acompanhar pacientes com: infecções respiratórias ou de outra natureza que se repetem com frequência (amigdalite, otite, infecção urinária ou de pele), nariz constantemente entupido ou escorrendo, espirros e coceira persistentes no nariz e olhos, tosse crônica, chiado no peito e cansaço respiratório. Ela ressalta que muitas pessoas convivem com sintomas crônicos há anos, sem saber que é possível tratar e ter mais qualidade de vida e que procurar um especialista é o primeiro passo para transformar esse cenário.
 

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AMANDA MARIA SILVEIRA
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