Estudo Revela Desafio Urgente no Saneamento Básico Brasileiro

Relatório do Instituto Trata Brasil Aponta Descarte de Volume Alarmante de Esgoto Não Tratado na Natureza, Evidenciando Obstáculos à Universalização

HIMAYNE FARIAS BORDIGNON
28/07/2025 20h19 - Atualizado há 13 horas

Estudo Revela Desafio Urgente no Saneamento Básico Brasileiro
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Um recente estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil revela que o Brasil descartou um volume de esgoto não tratado equivalente a 1 milhão de piscinas olímpicas na natureza em 2025. Os dados, extraídos da 17ª edição do Ranking do Saneamento, utilizam informações oficiais do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), destacando a magnitude do desafio sanitário no país.

A pesquisa aponta que, apesar dos esforços em algumas regiões, aproximadamente 46,5% da população brasileira, o que representa cerca de 99 milhões de pessoas, ainda não possui acesso à coleta de esgoto. Além disso, da parcela coletada, apenas 52.2% receberam tratamento adequado, contribuindo para a contaminação de corpos d'água e impactando a saúde pública e o meio ambiente em diversas localidades.

A falta de infraestrutura de saneamento básico e o descarte inadequado de resíduos são fatores que frequentemente resultam em problemas como entupimentos e sobrecarga nos sistemas existentes. Segundo Severino Ferreira, sócio proprietário da SP, Desentupidora na Zona Leste de SP, "a ausência de tratamento de esgoto não é apenas uma estatística distante; ela se manifesta diariamente com problemas críticos para a população e a infraestrutura. Nós, como desentupidora em São Paulo, testemunhamos as consequências diretas: de entupimentos recorrentes a refluxos que trazem riscos sanitários sérios para as residências e exigem intervenções emergenciais. É um custo invisível e contínuo da falta de um saneamento eficiente."

As análises do estudo indicam que a ausência de serviços adequados de coleta e tratamento de esgoto se manifesta de forma mais crítica em diversas localidades do país. Esta disparidade geográfica acentua as desigualdades sociais e econômicas, uma vez que a carência de saneamento básico está intrinsecamente ligada a indicadores de saúde precários e menor qualidade de vida para milhões de brasileiros em diferentes contextos.

O cenário apresentado pelo Instituto Trata Brasil contrasta com as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que prevê a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033. Para alcançar esses objetivos, que incluem 99% da população com acesso à água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto, será necessário um ritmo acelerado de investimentos e aprimoramento das políticas públicas.

As consequências do despejo de esgoto sem tratamento vão além dos problemas de saúde, como doenças de veiculação hídrica (diarréia, dengue, zika), e afetam o turismo, a produtividade e o desenvolvimento econômico. A poluição de rios, mares e do solo compromete ecossistemas e reduz a disponibilidade de recursos naturais, exigindo ações integradas para mitigação.

A dimensão do volume de esgoto não tratado sublinha a urgência de uma mobilização contínua por parte dos governos, da iniciativa privada e da sociedade civil. O relatório serve como um lembrete crítico de que o avanço no saneamento é fundamental para o bem-estar da população e a sustentabilidade ambiental do país.

A concretização das metas de saneamento representa um passo essencial para a construção de um futuro mais saudável e equitativo. O monitoramento contínuo e a transparência dos dados, como os oferecidos pelo Instituto Trata Brasil, são ferramentas importantes para orientar as ações e garantir que o progresso seja efetivo em todas as regiões brasileiras.


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