ESG e o papel dos Administradores no desenvolvimento sustentável

Pedro Henrique Pontes*

JULIA ESTEVAM
28/07/2025 11h46 - Atualizado há 13 horas

ESG e o papel dos Administradores no desenvolvimento sustentável
Thiago Silveira

A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) deixou de ser um modismo corporativo para se tornar um verdadeiro imperativo estratégico. No mundo atual, empresas que ignoram os pilares ESG correm o risco de perder relevância, principalmente, perante a mídia, formadores de opinião, entidades sociais e, no limite, ao seu próprio público-alvo.

Nesse cenário, o papel dos administradores é central. São eles que ocupam posições-chave na definição de estratégias, na alocação de recursos e na construção de culturas organizacionais. Assim, mais do que cumprir metas ambientais ou promover ações pontuais de responsabilidade social, os gestores precisam integrar os princípios ESG ao cerne da gestão: planejamento, liderança, controle e tomada de decisão.

Uma oportunidade concreta para essa atuação estratégica é a ISO IWA 48:2024 – Princípios para implementação, indicadores de desempenho (KPIs) e relatórios ESG. Essa diretriz internacional promete oferecer uma estrutura de alto nível para que organizações de todos os portes, inclusive pequenas e médias, incorporem práticas ESG de forma consistente, mensurável e confiável.

Embora muito recente (ela é de 2024), a IWA 48 já está sendo disseminada no Brasil como uma ferramenta para transformar boas intenções em práticas concretas, com impacto real no desempenho organizacional e na construção de um ecossistema empresarial mais resiliente e responsável. Deste modo, os gestores não podem se dar ao luxo de ignorá-la, sobretudo, se desejam posicionar suas organizações em sintonia com os padrões globais de sustentabilidade.

Cabe ressaltar que em relação a dimensão ambiental, os gestores já foram provocados a repensarem as cadeias produtivas, reduzindo impactos e incorporando a lógica da economia circular desde a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010). E pela dimensão social, a demanda por políticas de inclusão, respeito aos direitos humanos e valorização da diversidade também possuem um apelo antigo com as Leis Brasileira de Inclusão (13.146/2015) e a de Cotas (12.711/2012).

Desta forma, a governança que impõe transparência, ética e responsabilidade corporativa, não apenas para investidores, mas para toda a sociedade, pode ter impulso agora com a ISO IWA 48. Pois no Brasil, ainda se enfrenta desafios estruturais: baixa maturidade em métricas ESG, resistência cultural à mudança e poucos incentivos regulatórios consistentes. Ao mesmo tempo em que há avanços: o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), o crescimento dos fundos ESG e, o mais importante, a pressão de consumidores mais conscientes.

Portanto, o administrador do século XXI não pode ser apenas um executor de metas. Precisa ser um articulador, capaz de equilibrar resultados econômicos com impactos sociais e ambientais positivos. O que exige formação contínua, visão sistêmica e coragem para liderar transformações.

Pedro Henrique Pontes é economista e professor do Centro Universitário Internacional – Uninter.


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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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