Sinais dos mercados
Bruno Corano
ASSESSORIA DE IMPRENSA
22/07/2025 02h35 - Atualizado há 1 dia
Bruno Corano
Os mercados apresentam sinais que podem direcionar os agentes sobre a saúde da economia e criar expectativas sobre o futuro. Sempre vai existir a pergunta sobre quando vem uma nova crise ou se a economia pode entrar em recessão. Mas será que é tão difícil saber quando um ciclo econômico pode estar perto do fim e os problemas vão começar? A população de cada lugar é formada por uma diversidade de padrões de vida. Em termos estatísticos, quem sustenta um país acaba sendo uma média dessa diversidade. Logo, devemos nos preocupar com a velocidade de aumento do custo dos principais itens de vida dessa classe e, a partir desse ponto, conseguiremos inferir em que estado do ciclo econômico podemos estar. A moradia e alimentação podem ser considerados itens essenciais para a vida de qualquer cidadão. Os preços dos alimentos oscilam mais devido a uma série de fatores, mas existe uma facilidade maior de substituição de produtos. Por outro lado, a moradia não é facilmente substituída e pode ser um fator perturbador para a economia dos países. Acredito ser uma boa proxy para sinalizar o fim do ciclo de crescimento econômico quando o preço do aluguel ou da compra de uma casa começa a representar uma fatia muito relevante da renda das pessoas. Um exemplo é a forma mais fácil de entender. O caso da Espanha e, também de Portugal, podem ser usados. A Espanha vive uma falta de oferta de casas que só foi vista em 2007. O aumento do Airbnb, da imigração e a falta de espaço para a construção tem gerado um momento complexo. O preço da compra de casa e do aluguel tem subido muito nas principais regiões do país, o que tem sugado boa parte do poder de compra da população. Os salários sobem numa velocidade bem menor e o ajuste na oferta de imóveis se dá de forma lenta e gradual. Ou seja, a população espanhola vai sentir seu poder de consumo se reduzir bem nos próximos anos, visto que grande parte da renda vai ser destinada a moradia. Quando chegamos nesse ponto, as famílias começam a escolher o que consumir. Alguns gastos começarão a ser postergados, o que leva a uma dinâmica econômica menos pujante. As empresas vão sentir isso e também começarão a fazer escolhas que acabam levando a demissões. Nesse ponto, entramos num ciclo recessivo porque financiamentos e aluguéis começarão a não ser pagos, o crédito começará a ficar escasso e então teremos uma crise. O que podemos ver à frente é que a Europa caminha para o fim de um ciclo de crescimento e deve sofrer uma desaceleração econômica nos períodos próximos. O primeiro ponto é que devemos ver os governos adotarem medidas de ajuda à manutenção dos empregos, justamente para evitar uma queda brutal das economias. Isso leva a um maior endividamento público e precisamos saber se haverá investidor para comprar esse risco. Numa análise rápida, haverá investidor para comprar qualquer dívida desde que os banco centrais mostrem que podem recomprar esses ativos em algum momento do tempo. Outro fator é que na análise de boa parte do mercado não há problema em evitar uma grande crise, pois isso vai impulsionar o crescimento. O importante é que esse crescimento venha num futuro próximo. Bruno Corano, economista da Corano Capital Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
NEIDE LIMA MARTINGO PEREIRA
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