Saiba como jogar videogame sem prejudicar sua coluna

Dicas simples, oferecidas por professora de Fisioterapia da UNIASSELVI, podem evitar sérios problemas causados por longas horas no videogame ou computador

RENAN VALLIM
16/07/2025 08h50 - Atualizado há 12 horas

Saiba como jogar videogame sem prejudicar sua coluna
Divulgação UNIASSELVI
É comum entre os gamers, principalmente os mais ‘hardcore’, ficar muito tempo em uma mesma posição. Passar horas jogando pode ser uma experiência imersiva e divertida, mas que pode trazer prejuízos à postura. Para que esse hábito continue sendo positivo para os jogadores, a coordenadora do curso de Fisioterapia da UNIASSELVI em Blumenau, professora Tamiris Dellangelo, alerta para os riscos e dá dicas sobre como adaptar sofás e cadeiras sem abrir mão do conforto e do desempenho.
Tamiris destaca que os riscos variam conforme o local e o tipo de dispositivo utilizado para jogar. Quem prefere os consoles geralmente joga sentado no sofá, o que oferece pouca ergonomia. Já os ‘PC gamers’, ou seja, quem prefere os jogos de computador, tendem a se manter em uma posição mais neutra, desde que a cadeira e o monitor estejam bem ajustados. Ainda assim, há sobrecarga nos braços, mãos e ombros.
“Jogar videogame no sofá tende a ser mais prejudicial para a postura da coluna, pois o móvel não traz um suporte adequado e favorece uma postura curvada, relaxada e desestruturada. Já o computador oferece melhores condições de ergonomia para a coluna, desde que a cadeira seja adequada e o monitor esteja na altura correta. Por outro lado, o uso de mouse e teclado traz maior sobrecarga para membros superiores, como mãos, punhos e ombros”, explica ela.


Problemas podem se agravar com o tempo
Sem a devida atenção, o hábito de passar longas horas jogando pode levar a problemas graves. “Com o tempo, o jogador pode apresentar desequilíbrio e fraqueza muscular, retroversão pélvica, retificação da coluna lombar, aumento da cifose dorsal, protrusão de ombros e anteriorização da cabeça. Estas alterações posturais podem desencadear patologias como hérnia discal, tendinites, bursite, síndrome miofascial, entre outros”, afirma a fisioterapeuta.
Além da questão estética, os impactos podem ser ainda maiores, como alterações degenerativas das articulações, compressão nervosa, dores, limitação do movimento articular e alterações no caminhar. “Os impactos podem ser grandes na qualidade de vida diária e na funcionalidade”, completa.
Adaptações simples fazem diferença
Para melhorar a ergonomia, não é preciso grandes e caras alterações, como trocar de sofá, por exemplo. “Colocar uma almofada pequena ou um rolinho na região lombar ajuda a manter a curvatura natural da coluna. Se o sofá afunda muito, use uma almofada firme ou uma base dura para melhorar o suporte do quadril. O jogador pode usar uma caixa, um banco baixo ou um suporte próprio para apoio nos pés. Se possível, ajustar a altura da TV, deixando-a na linha dos olhos, evita que o pescoço fique inclinado para baixo ou para cima. Por fim, é importante alternar entre sentado, semideitado ou até de pé e fazer pausas regulares”, orienta a professora da UNIASSELVI.
Cadeiras gamer não são garantia
Jogadores de computador frequentemente investem em cadeiras gamer, que oferecem vantagens como diferentes ajustes e bom apoio lombar e cervical. Mas a fisioterapeuta alerta que nem toda cadeira gamer tem ergonomia real, já que algumas priorizam o design em vez da funcionalidade.
“A cadeira gamer geralmente ajuda, mas não é garantia de ergonomia. É preciso olhar os ajustes que a cadeira permite, como altura, profundidade do assento, apoio lombar, apoio de braços, inclinação, entre outros. Muitas vezes, uma boa cadeira ergonômica de escritório pode ser até melhor do que uma cadeira gamer comum. Para quem joga no computador, é essencial garantir também a altura correta do monitor, além de apoio adequado para braços, pés, teclado e mouse”, explica.
E quem joga no celular?
Segurar o celular por longos períodos pode afetar ombros, punhos, coluna e até a circulação sanguínea. “Ao inclinar a cabeça para frente para olhar o celular, a carga sobre a cervical aumenta muito. Movimentos repetitivos e rápidos dos dedos causam dores, inflamações e risco de tendinites, especialmente nos polegares. Ficar sentado em posturas curvadas por muito tempo, sem movimentação, prejudica o retorno venoso, com risco de inchaços, formigamentos ou dormências”, ressalta Tamiris.
Ela recomenda fazer pausas frequentes, usar suportes para elevar o aparelho e movimentar o corpo, alternado a posição a cada 50 minutos. “É importante elevar o celular na altura dos olhos sempre que possível, para reduzir a inclinação do pescoço, inclusive usando tripés ou apoios para os braços, como mesas, almofadas ou suportes. Controles ‘bluetooth’ ou ‘grips’ para celular podem reduzir a tensão nos dedos e polegares”.
Antes, durante e depois do ‘play’
A professora da UNIASSELVI afirma que ações simples antes e depois de jogar podem minimizar os problemas. Segundo ela, alongamentos dos membros superiores, membros inferiores, coluna cervical e lombar ajudam a prevenir problemas. É importante também não permanecer na mesma postura por mais que 50 minutos e fortalecer o corpo com exercícios físicos.
A UNIASSELVI reforça sua conexão com o universo gamer ao investir em conhecimento e prevenção também neste segmento. Recentemente, a instituição firmou parceria com a LOUD, uma das principais equipes de e-sports da América Latina. O patrocínio une educação e entretenimento digital, com ações voltadas à formação de novas gerações conectadas, saudáveis e preparadas para o futuro.

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JOSE RENAN VALLIM
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