O inverno traz alegria para quem ama chocolate quente, sopas reconfortantes e roupas quentinhas. Mas para quem convive com doenças de pele, a estação representa um período de maior cuidado, já que a pele se torna mais sensível, ressecada e propensa a inflamações.
Lauren Morais, dermatologista e presidente da SBD Regional PR, destaca que o inverno exige cuidados especiais com a pele. Os banhos quentes e prolongados, tão comuns na estação, acabam enfraquecendo a barreira protetora natural do maior órgão humano.
“No inverno, a umidade relativa do ar diminui, favorecendo o ressecamento da pele. Além disso, transpiramos menos e produzimos menor quantidade de sebo, reduzindo a camada protetora natural que nos defende do frio, bactérias, fungos e poluentes. Com essa barreira enfraquecida, podem surgir irritações, coceira, rachaduras e o clássico ressecamento", explica a especialista.
Doenças de pele mais comuns no inverno
As baixas temperaturas e o ar seco característicos do inverno transformam a estação em um período crítico para quem sofre com doenças de pele. Lauren listou as mais comuns, confira:
:: Dermatite atópica: mais frequente em crianças, é uma doença de base genética e crônica que tem como principais sintomas a pele seca, vermelha e uma coceira constante que pode levar a ferimentos. Acomete principalmente as grandes dobras do corpo, como braços, joelhos e pescoço. O tratamento envolve medicamentos aplicados sobre a pele; fototerapia também pode ajudar. Medicações orais, imunobiológico e antibióticos são indicados em casos mais graves.
:: Dermatite seborreica: a famosa caspa. São placas que descamam podendo também atingir a pele do rosto, do tronco e das costas, provocando coceira intensa. O problema aumenta, inclusive, com o hábito dos longos banhos quentes durante o inverno porque provoca o efeito rebote, aumentando a oleosidade além do necessário. É importante manter a higiene do couro cabeludo. Com o frio, algumas pessoas lavam menos os cabelos, levando a doenças nessa região do corpo.
:: Psoríase: é uma doença inflamatória crônica e não contagiosa que ataca a pele, unhas, o couro cabeludo e, em casos mais graves, até as articulações. Fenômenos emocionais são frequentemente relacionados com a piora dessa doença e predisposição genética também pode ser um fator de risco. A hidratação corporal alivia bastante em épocas de crise.
:: Urticária ao frio: conhecida popularmente como “alergia ao frio”, é uma irritação de pele provocada pelo contato do corpo com baixas temperaturas (por exemplo, objetos gelados ou alimentos). Geralmente os sintomas surgem minutos após a exposição ao frio; pode haver a erupção de vergões vermelhos na pele e coçar bastante. O melhor tratamento é descobrir sua causa e evitar o contato com o agente alergênico.
Cuidados essenciais com a pele no inverno
A Dra. Lauren recomenda medidas importantes para proteger a pele durante as baixas temperaturas e prevenir os problemas típicos da estação:
- Banhos: Prefira banhos rápidos e mornos, evitando água muito quente e duração prolongada.
- Produtos de limpeza: Use sabonetes neutros e hidratantes, que ressecam menos a pele.
- Evite atritos: Dispense buchas vegetais, esponjas e sabonetes com grânulos, exceto em áreas de pele mais espessa (cotovelos, joelhos e pés).
- Secagem: Utilize toalhas macias sem esfregar, preservando a proteção natural da pele.
- Esfoliação: Limite o uso de esfoliantes corporais a uma ou duas vezes por mês para evitar ressecamento e vulnerabilidade a infecções.
- Áreas de dobras: Seque bem dedos, pés, virilha e axilas com toalhas felpudas para prevenir micoses.
- Hidratação: Aplique um bom hidratante corporal com ureia, ácido lático, ácido hialurônico, óleos vegetais, vitaminas e antioxidantes.
Consulte um médico dermatologista
Diante de qualquer alteração ou problema na pele, é fundamental buscar diagnóstico e tratamento adequados.
"O dermatologista possui a formação específica para tratar questões relacionadas à pele, cabelos e unhas. Buscar esse profissional é sempre a melhor escolha, evitando tratamentos caseiros ou sugestões de redes sociais que podem causar mais danos do que benefícios", finaliza a dermatologista.
Com informações: Sociedade Brasileira de Dermatologia
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Geziane de Mattos Diosti
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