Exercício físico pode agravar o lipedema: quando a academia vira vilã no tratamento

A Dra. Mariana Milazzotto, especialista em fisioterapia aplicada ao lipedema, explica por que alguns exercícios podem piorar os sintomas da doença e orienta como treinar de forma segura

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
07/07/2025 07h19 - Atualizado há 10 horas

Exercício físico pode agravar o lipedema: quando a academia vira vilã no tratamento
Divulgação

Em busca de saúde e qualidade de vida, milhares de mulheres recorrem à academia como aliada contra dores, inchaço e ganho de peso. No entanto, para quem sofre de lipedema, doença crônica e progressiva que causa acúmulo anormal de gordura nos braços e pernas, o treino físico mal orientado pode gerar o efeito oposto: agravar os sintomas e comprometer o tratamento.

“O lipedema não é causado por sedentarismo ou excesso alimentar. É uma condição inflamatória com forte componente genético e hormonal. Forçar o corpo com exercícios inadequados pode desencadear crises dolorosas, aumento do edema e até lesões articulares”, explica a fisioterapeuta Dra. Mariana Milazzotto, mestre em Ciências Médicas e referência no atendimento clínico a mulheres com lipedema.

Treino errado pode piorar dor, inchaço e inflamação

Segundo a especialista, a prática intensa de atividades como musculação com sobrecarga, exercícios de impacto repetitivo e aulas que exigem permanência prolongada em pé são potencialmente prejudiciais. “Muitas pacientes chegam ao consultório relatando piora significativa após iniciaram uma rotina intensa de treinos, acreditando que iriam resolver o inchaço com academia. O resultado foi mais dor, mais desconforto e frustração com o próprio corpo.”

O alerta é sustentado por estudos recentes. Um artigo publicado na Journal of Lymphatic Research and Biology (2022) destaca que exercícios de alto impacto, sem acompanhamento clínico, aumentam o risco de microtraumas em tecidos adiposos inflamados, o que pode acelerar o avanço do lipedema em alguns estágios. https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/lrb.2021.0041

Atividade física sim, mas com orientação

A Dra. Mariana reforça que o movimento é fundamental no controle do lipedema, desde que inserido de forma gradual, segura e estratégica. “O ideal é iniciar com atividades de baixo impacto, como caminhada orientada ou com inclinação, hidroterapia, pilates clínico, fortalecimento guiado e técnicas específicas de fisioterapia funcional. Esses recursos ajudam na drenagem linfática natural, na estabilização das articulações e ganho de força muscular com segurança, além do controle da dor.”

Apesar de afetar cerca de 18% das mulheres no mundo, o lipedema segue subdiagnosticado e muitas vezes confundido com obesidade ou má circulação. A falta de informação contribui para o agravamento dos quadros e reforça abordagens inadequadas inclusive em ambientes de academia e estética.

“O lipedema precisa ser tratado como uma condição clínica. É urgente treinar profissionais da saúde e orientar as pacientes sobre o que realmente ajuda ou prejudica. Nem tudo que parece saudável de fora, como o treino pesado, será benéfico para um corpo com lipedema”, conclui a Dra. Mariana.

Sobre a Dra. Mariana Milazzotto

Fisioterapeuta com quase 20 anos de atuação, mestre em Ciências Médicas e especialista no tratamento clínico do lipedema. Criadora da Jornada Desvendando o Lipedema, programa que forma fisioterapeutas e terapeutas corporais no atendimento a mulheres com diagnóstico confirmado ou suspeita da doença. É referência no Brasil por sua abordagem humanizada e baseada em evidências científicas.


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PAULO NOVAIS PACHECO
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