Nos últimos anos, os Estados Unidos têm adotado políticas migratórias cada vez mais rigorosas. Esse endurecimento, aliado à intensificação de ações de fiscalização, tem resultado no aumento da descoberta e investigação de fraudes relacionadas a vistos. O fenômeno não é casual: à medida que o governo fortalece seu controle sobre os fluxos migratórios, agências como o Departamento de Segurança Interna (DHS), o FBI, o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) e o Departamento de Justiça ampliam auditorias, inspeções e operações conjuntas voltadas à identificação de irregularidades.
As fraudes mais recorrentes envolvem vistos de trabalho — como H-1B, EB-2 e EB-3 — por meio de empresas fictícias ou ofertas de emprego forjadas. Também são frequentes os casamentos fraudulentos com o objetivo de obtenção do green card, pedidos de asilo baseados em alegações falsas, naturalizações obtidas por meio da omissão de antecedentes ou uso de identidade falsa, além de esquemas promovidos por agências e advogados que facilitam o acesso a vistos mediante pagamento e documentação irregular.
A consequência direta dessas práticas é severa: processos criminais, revogação de status imigratório, desnaturalização e, em muitos casos, deportação. O avanço tecnológico tem sido um aliado importante nesse processo de controle. O cruzamento de dados entre diferentes órgãos governamentais e a automação de sistemas de verificação facilitaram a identificação de inconsistências e a atuação contra redes organizadas de fraude.
Paralelamente, o sistema de asilo também vem enfrentando desafios. Atualmente, mais de dois milhões de casos de asilo estão em andamento nos EUA, com um número crescente de pedidos sendo indeferidos. Em março de 2025, por exemplo, foram proferidas 10.933 decisões em tribunais de imigração, das quais cerca de 76% resultaram em negação — aproximadamente 8.313 casos. A tendência é que essas taxas permaneçam elevadas.
A maioria dos pedidos negados não se deve a fraudes, mas à chamada "falta de mérito legal". Isso significa que, embora o solicitante possa estar relatando uma situação real e grave, não conseguiu comprovar, segundo os critérios estabelecidos pela lei americana, que sua condição se enquadra nos requisitos para a concessão de asilo — como perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou pertencimento a um grupo social específico.
Segundo a advogada Dra. Ingrid Domingues McConville, que atua há mais de 30 anos com imigração nos Estados Unidos, o cenário atual exige atenção e responsabilidade. “Embora a rigidez migratória crie mais barreiras para imigrantes ilegítimos, ela também vem acompanhada de um esforço paralelo para desmantelar práticas fraudulentas — muitas vezes prejudiciais à integridade do sistema de imigração dos EUA”, afirma.
Nesse contexto, torna-se ainda mais essencial que imigrantes busquem orientação qualificada e sigam caminhos legais e éticos. O fortalecimento do controle migratório, ao mesmo tempo em que visa proteger as fronteiras e o sistema jurídico, impõe um padrão mais alto de conformidade e responsabilidade para todos que desejam viver e trabalhar nos Estados Unidos.
Acompanhe a Dra. Ingrid Domingues McConville e saiba mais sobre vistos e imigração.
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Samantha di Khali Comunica
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