Usado com frequência por muitas pessoas como parte da higiene diária, a haste flexível pode causar mais mal do que bem quando inserido no canal auditivo. Embora pareça inofensivo, o hábito de “limpar” os ouvidos dessa forma pode resultar em lesões, infecções e até na perda auditiva.
“O ouvido é um órgão autolimpante. Isso significa que ele tem mecanismos naturais para expelir o excesso de cera. O uso das hastes flexíveis, especialmente dentro do canal auditivo, além de desnecessário, pode empurrar a cera ainda mais para dentro, formando tampões e prejudicando a audição”, explica o Dr. Fernando Balsalobre, médico otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Segundo especialistas, a cera, ou cerúmen, é uma substância produzida naturalmente para proteger o ouvido de poeira, bactérias e outros agentes externos. Retirá-la de forma agressiva ou frequente pode comprometer essa barreira de proteção.
Além do risco de empurrar a cera, o uso do material também pode causar lesões no canal auditivo e até perfurar o tímpano. “É comum casos de pessoas que, ao tentarem remover o cerúmen, acabaram machucando o ouvido. Algumas evoluem com infecções e, em situações mais graves, com perda auditiva temporária ou permanente”, alerta o especialista.
Então, como higienizar os ouvidos corretamente?
A recomendação é limpar apenas a parte externa da orelha com uma toalha úmida ou com a própria haste, mas sem introduzi-la no canal auditivo. Em caso de excesso de cera ou desconforto, o ideal é procurar um otorrinolaringologista para uma avaliação segura.
“Orientar a população sobre esse cuidado simples pode evitar muitos problemas de saúde auditiva. O ideal é abandonar o hábito de usar haste flexívl dentro do ouvido e, se houver sintomas como coceira, sensação de ouvido tampado ou dor, buscar avaliação médica”, finaliza o especialista.
Sobre a ABORL-CCF
Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade por meio de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.
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PAMELLA BARBARA CAVALCANTI E SILVA
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