Desinformação dificulta a cultura da doação de sangue, aponta especialista

Campanha do Dia Mundial do Doador alerta para baixa adesão, mitos sobre o processo e a urgência de manter estoques estáveis em hospitais e hemocentros

JOãO PEDRO
13/06/2025 18h59 - Atualizado há 19 horas

Desinformação dificulta a cultura da doação de sangue, aponta especialista
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A doação de sangue ainda enfrenta entraves sérios no Brasil, e não apenas pela oscilação nos estoques. Falta de informação, crenças equivocadas — como a antiga regra sobre tatuagem — e ausência de hábito dificultam a formação de uma cultura sólida de doação voluntária e recorrente. No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, a campanha deste ano, com o tema “Doe sangue, doe esperança: juntos, salvamos vidas”, joga luz sobre esses obstáculos.

A professora Ludmilla Vieitas, cardiologista e clínica médica da Unigranrio Afya Duque de Caxias, reforça que a doação deveria ser tratada como um comportamento regular da população, não apenas como um ato emergencial. “A doação de sangue é fundamental para garantir o fornecimento aos bancos de sangue, o que permite atender às demandas relacionadas às necessidades de transfusões de pacientes em várias situações, como vítimas de traumas, cirurgias e doenças crônicas”, explica.


Apesar da importância, a realidade mostra que os estoques em hemocentros ainda sofrem com a instabilidade. A adesão da população costuma aumentar em momentos de campanhas ou comoções, mas não se sustenta ao longo do tempo. “Sem uma mudança de mentalidade, continuaremos operando no limite”, afirma Ludmilla.

Parte da dificuldade está no desconhecimento sobre o processo. A professora destaca que alguns dos requisitos básicos são: estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, com presença de responsável legal no caso de menores de idade, pesar pelo menos 50 kg, estar descansado (com cerca de 6 horas de sono) e alimentado, evitando apenas alimentos gordurosos nas 4 horas anteriores à doação.

Outro ponto que ainda gera dúvidas entre a população é a relação entre tatuagem e doação de sangue. Ludmilla explica que a regra foi atualizada recentemente. “Antigamente o intervalo entre a realização de tatuagem e a doação de sangue tinha que ser de doze meses, sendo reduzido para seis meses. Isso é uma questão de segurança, haja visto que esse intervalo de tempo seria devido ao risco possível de transmissão de agentes infecciosos relacionados a estes procedimentos; isso porque nesse intervalo estaria na ‘janela imunológica’, situação onde os exames poderiam ter falsos negativos, ou seja, resultados negativos quando o paciente tem a doença.”

A professora também reforça que o procedimento de tatuagem, quando feito com os devidos cuidados, é seguro. “Vale ressaltar que a tatuagem é um procedimento seguro, porém pode ser uma porta de entrada para doenças infecto-contagiosas se for feita em condições inadequadas de assepsia.”

Sobre a Afya
A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 37 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.593 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 21 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo "Valor Inovação" (2023) como a mais inovadora do Brasil, e "Valor 1000" (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio "Executivo de Valor" (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar.

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JOãO PEDRO URBANO DOS SANTOS
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