Sem bancos, sem fronteiras: a revolução silenciosa das stablecoins

LIA SIMÕES.
11/06/2025 23h13 - Atualizado há 1 dia

Sem bancos, sem fronteiras: a revolução silenciosa das stablecoins
Reprodução Freepik
Na América Latina, as stablecoins estão se tornando uma boa alternativa diante da inflação, da desvalorização e da falta de acesso ao dólar

Ferramentas como USDT e USDC já fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas, pois facilitam pagamentos, poupança e transferências com rapidez e estabilidade


Brasil, junho de 2025 – A América Latina não precisa de promessas tecnológicas; precisa de soluções práticas. Trata-se de uma região onde a inflação, a desvalorização e as restrições ao acesso a moedas estrangeiras fazem parte do dia a dia. Por isso, as stablecoins deixaram de ser uma curiosidade financeira e passaram a ser ferramentas fundamentais de sustento econômico. O uso dessas moedas digitais, lastreadas 1:1 por ativos como o dólar americano, está crescendo fortemente. Hoje, 39% dos investidores cripto na região as utilizam como reserva de valor, frente a 30% em 2023.

As stablecoins não prometem enriquecer as pessoas. Prometem algo mais valioso: o controle. O controle sobre a poupança, sobre as transferências, sobre como se recebe e como se paga. Tracy Jin, COO da MEXC, resume, com clareza: “As criptomoedas deixaram de ser um conceito de nicho ou limitado a especialistas: são ferramentas práticas que resolvem problemas do mundo real.” Na América Latina, onde as transações transfronteiriças e o acesso a moedas fortes são essenciais para milhões, essas ferramentas tornaram-se indispensáveis.

Nenhum país exemplifica melhor essa tendência do que a Argentina. Segundo a Chainalysis, 61,8% das transações de criptomoedas no país são feitas com stablecoins — um número muito acima da média global. Isso não é coincidência: em um país com mais de uma década de inflação alta, rígidos controles cambiais e uma moeda em constante desvalorização, milhões de cidadãos usam stablecoins para preservar seu poder de compra. De fato, o valor dessas transações, especialmente no mercado varejista (menos de US$10.000), cresce mais rápido do que qualquer outro tipo de ativo digital. É uma resposta lógica diante de um sistema financeiro que já não oferece garantias.

O México também está vendo as stablecoins se integrarem à economia diariamente, especialmente por meio do ecossistema fintech. Segundo a Finnovista, 62% das empresas de tecnologia financeira focadas em criptomoedas já utilizam stablecoins como método de transação, e esse número deve chegar a 77% em breve. O país conta com pelo menos 29 projetos de criptomoedas ativos, sendo um dos mercados mais otimistas quanto às receitas futuras do setor. As fintechs estão adotando stablecoins e, ao mesmo tempo, ajudando a democratizar seu uso para pagamentos, transferências e poupança.
O Brasil, outro país-chave da região, é o segundo maior mercado de criptomoedas da América Latina em volume, com transações que somaram US$ 90,3 bilhões entre julho de 2023 e junho de 2024. No entanto, o país enfrenta um cenário de regulação crescente. O Banco Central do Brasil propôs regras que restringiriam o saque de stablecoins como USDT para carteiras de autocustódia, o que limitaria a independência financeira dos usuários. Embora a proposta ainda esteja em consulta pública, ela pode representar um retrocesso na liberdade que sempre caracterizou o uso de criptoativos. Apesar disso, a demanda por stablecoins segue forte, impulsionada por um mercado que busca estabilidade e acesso rápido a moedas fortes.

A MEXC, uma das exchanges mais importantes do mundo, tem desempenhado um papel crucial ao facilitar esse acesso. Com operações em mais de 200 países e suporte para várias stablecoins, a plataforma desenvolveu uma infraestrutura que permite converter, enviar e receber moedas digitais de forma intuitiva e segura. Jin enfatiza: “Isso, além de ser inovação constante, é libertação financeira. É o que chamamos de ‘Criptomoeda Cotidiana’.” A MEXC também fortaleceu sua oferta P2P para que usuários em contextos de alta inflação, como Brasil e Argentina, possam acessar diretamente stablecoins com suas moedas locais, sem intermediários.

Na América Latina, a tecnologia blockchain já não é luxo nem moda. É necessidade. E as stablecoins, com sua estabilidade, baixo custo e facilidade de uso, são hoje uma ferramenta-chave para enfrentar a volatilidade econômica. Poupar em USDC, pagar com USDT ou receber uma transferência em criptomoedas já não é algo excepcional. É parte da rotina de milhões de pessoas.

A revolução das stablecoins não faz barulho nem ocupa os holofotes, mas muda vidas todos os dias. Está no celular de um freelancer que recebe em dólares digitais. Na carteira de uma mãe que envia dinheiro do exterior, sem perdê-lo em comissões. No pequeno comércio que aceita pagamentos em criptomoedas para driblar a inflação. Longe de ser uma bolha ou uma moda passageira, as stablecoins estão provando que a tecnologia financeira pode se adaptar à realidade latino-americana. E nessa realidade, elas são muito mais que moedas digitais: são ferramentas de autonomia, resiliência e empoderamento.

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ALESSANDRA GARCINDO DAYRELL
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