A sociedade empresarial pode ser o ponto de partida para grandes conquistas – ou para graves conflitos que colocam tudo a perder. Questões como divergência de expectativas, falta de comunicação ou ausência de um contrato bem estruturado estão entre os principais motivos que levam empresas à dissolução precoce. Para evitar essas armadilhas, é essencial investir em uma gestão societária estratégica, baseada em planejamento, clareza e governança.
Segundo Nara Rodrigues, mestre em Direito Empresarial e especialista em gestão financeira e auditoria, o erro mais comum entre sócios é acreditar que a amizade ou afinidade basta para manter o negócio em harmonia. “Por mais alinhados que os sócios estejam no início, os conflitos surgem com o tempo. Ter um acordo bem elaborado e uma estrutura de gestão definida é o que garante a estabilidade da sociedade e a continuidade da empresa”, afirma.
Acordo de sócios: prevenção é o melhor caminho
Instrumento essencial, o acordo de sócios define regras sobre responsabilidades, direitos, participação nos lucros, tomada de decisões e resolução de impasses. Sem esse documento, disputas podem parar na Justiça e comprometer tanto o patrimônio da empresa quanto o relacionamento entre os envolvidos.
“O acordo funciona como um manual de convivência entre os sócios. Ele antecipa possíveis desentendimentos e define critérios objetivos para enfrentá-los”, explica Nara.
Governança e comunicação: pilares da sociedade saudável
Outro ponto-chave para a boa convivência societária é a implementação de práticas de governança, como reuniões periódicas, prestação de contas, definição clara de papéis e transparência nas decisões. Essas medidas reduzem ruídos, fortalecem a confiança e promovem um ambiente colaborativo.
“A comunicação constante e a cultura de prestação de contas são fundamentais. Quando os sócios se mantêm informados e envolvidos nas decisões, os conflitos diminuem e a empresa se fortalece”, destaca a especialista.
Sucessão e saída de sócios: planejamento evita surpresas
Temas como sucessão, entrada de novos sócios e regras para retirada devem ser tratados com antecedência. A falta de planejamento nesses momentos críticos pode gerar disputas complexas e colocar em risco a continuidade do negócio.
“Empresas bem-sucedidas são aquelas que se preparam para todos os cenários, inclusive os mais delicados. A gestão societária precisa considerar o ciclo completo da sociedade – do nascimento ao possível encerramento – com responsabilidade e visão estratégica”, conclui Nara.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
[email protected]
