Nos últimos anos, tenho acompanhado com grande interesse o crescimento notável do mercado de carros elétricos. É impressionante ver como tanto as montadoras tradicionais quanto as novas startups estão investindo pesado no desenvolvimento de modelos elétricos. Ao mesmo tempo, governos do mundo todo têm criado incentivos para estimular essa transição — desde isenções de impostos até subsídios e facilidades no processo de licenciamento.
Ainda assim, uma pergunta continua dividindo opiniões: será que os carros elétricos são realmente uma tendência sustentável ou apenas mais uma moda passageira?
Segundo um estudo recente da Agência Internacional de Energia (IEA), mais de 17 milhões de carros elétricos foram vendidos globalmente em 2024 — um crescimento de 25% em relação ao ano anterior, quando foram comercializadas cerca de 14 milhões de unidades. Esses números mostram que não se trata apenas de um movimento pontual, mas de uma transformação significativa no setor automotivo.
Na minha visão, esse crescimento é resultado de uma combinação de fatores. As políticas públicas, especialmente os subsídios e as metas de redução de emissões, têm desempenhado um papel crucial. Mas não posso deixar de destacar também a crescente conscientização ambiental das pessoas, que têm buscado alternativas mais limpas e sustentáveis para o dia a dia.
A preocupação com o meio ambiente é, sem dúvida, o principal motor dessa mudança. Diante do agravamento das mudanças climáticas e do aumento das emissões de gases de efeito estufa, há uma pressão cada vez maior por soluções mais responsáveis. Nesse contexto, os carros elétricos se destacam por não emitirem poluentes durante o uso, surgindo como uma alternativa promissora aos veículos a combustão.
Outro ponto que me chama a atenção é o avanço tecnológico. Hoje, os carros elétricos estão mais acessíveis, eficientes e com maior autonomia. A evolução das baterias — que antes representavam uma grande limitação — tem sido impressionante. Além disso, a infraestrutura de recarga está se expandindo de forma acelerada, com pontos de recarga sendo instalados em cidades, rodovias e até em residências.
Mas é claro que nem tudo são flores. É preciso olhar para essa transição de maneira crítica. Por mais que os carros elétricos não emitam poluentes diretamente, a produção das baterias ainda causa um impacto ambiental significativo, especialmente devido à extração de lítio e outros minerais. Também não podemos esquecer da fonte de energia usada para recarregar esses veículos. Se a eletricidade vier de fontes fósseis, o benefício ambiental pode ser bastante reduzido.
No cenário dos leilões, tenho observado que os carros elétricos começam a ganhar espaço, ainda que timidamente em comparação com os modelos tradicionais. Muitos desses veículos aparecem após o fim de contratos com frotas corporativas ou locadoras, o que os torna opções interessantes para quem quer investir em um elétrico com um custo mais acessível. Acredito que o mercado de leilões pode ter um papel importante na popularização dos elétricos, ajudando a dar uma segunda vida útil a esses veículos e promovendo a economia circular.
Olhando para frente, vejo um futuro promissor para os carros elétricos nos leilões. Com o aumento da frota e o avanço da tecnologia, a tendência é que vejamos um volume cada vez maior desses veículos sendo ofertados. Isso pode, inclusive, abrir espaço para novos modelos de negócio, como a reutilização de baterias em outras aplicações ou a reciclagem de componentes valiosos.
Diante disso, posso afirmar com convicção: os carros elétricos não são apenas uma moda passageira. Eles representam uma resposta concreta — embora ainda em evolução — aos desafios ambientais e energéticos do nosso tempo. Claro, ainda há muito o que melhorar, desde a cadeia de produção até a ampliação da infraestrutura de recarga. Mas tudo indica que eles vieram para ficar.
Portanto, os carros elétricos são, sim, uma tendência sustentável. O entusiasmo inicial pode até ter parecido passageiro, como acontece com toda inovação disruptiva, mas os fundamentos que sustentam seu crescimento são sólidos. Agora, cabe a nós — sociedade, empresas e governos — garantir que essa transição seja feita de maneira ética, inclusiva e verdadeiramente sustentável.
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Rodrigo Oliveira de Sena Coutinho
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