O Mês dos Namorados costuma reforçar a valorização dos vínculos amorosos, mas também pode ser um momento potente para resgatar um tipo de relação que, muitas vezes, é deixada de lado: a relação consigo mesmo. O amor próprio, diferente do que muitos pensam, não nasce pronto, ele é construído dia após dia, com autocuidado, autocompaixão e consciência emocional.
“Estamos vivendo um tempo em que a saúde mental precisa ser prioridade. E isso passa também pela forma como nos enxergamos, nos tratamos e respeitamos nossos próprios limites”, afirma a Dra. Jaqueline da Mata, médica pós-graduada em psiquiatria e especialista em saúde mental da mulher. “O amor próprio não é sobre se sentir bem o tempo todo, mas sobre desenvolver uma relação mais honesta e gentil consigo mesma.”
Relacionamentos saudáveis começam pelo autocuidado
Para a especialista, o cuidado com a saúde emocional é um dos pilares de relacionamentos mais equilibrados. “Quando uma pessoa não está conectada com suas emoções, com suas necessidades e com sua própria história, ela tende a projetar no outro a responsabilidade pela sua felicidade. Isso é perigoso e desgastante”, explica. “Desenvolver amor próprio é entender que o outro pode somar, mas não preencher vazios que são nossos.”
Autoestima: uma construção diária
De acordo com Jaqueline, a autoestima está intimamente ligada à saúde mental e é construída com base em experiências, autoconhecimento e hábitos saudáveis. “Dormir bem, se alimentar com consciência, praticar atividade física e buscar apoio terapêutico quando necessário são formas reais e práticas de se amar. Não é sobre vaidade, é sobre saúde.”
Ela também reforça a importância de desconstruir padrões inalcançáveis de perfeição e de se afastar de comparações nocivas, especialmente nas redes sociais. “É preciso entender que ninguém vive uma vida perfeita. Amar-se é também aceitar suas vulnerabilidades e saber pedir ajuda.”
Mulheres e o desafio do autoamor
Dra. Jaqueline observa que, entre as mulheres, o desafio do amor próprio é ainda maior, por conta de pressões sociais, sobrecarga e idealizações. “Muitas mulheres foram ensinadas a se colocar sempre em segundo plano. A saúde mental feminina precisa incluir espaço para escuta, autocuidado e libertação de padrões que adoecem.”
Neste Mês dos Namorados, a médica faz um convite: “Antes de buscar no outro um amor completo, olhe para dentro. Cultivar amor próprio é o primeiro passo para construir relações mais leves, livres e verdadeiras — com você e com os outros.”
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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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