O autor paranaense, que cresceu em Joaçaba, lança a obra na Feira do Livro de Joinville, em Santa Catarina, em duas sessões de autógrafos nos dias 6 e 7 de junho, respectivamente das 19h às 21h e das 11h às 13h.
“As histórias abordam novas formas de construção individual e social diante de tecnologias como a inteligência artificial e a realidade virtual”, resume o autor. Entre os temas centrais estão o abuso das classes dominantes, a espiritualidade no mundo digital, o tratamento de sentimentos como dados e algoritmos, a manipulação da percepção e a violência de gênero em um cenário dominado pelo império tecnológico.
Em “Crônicas de um mundo”, todas as histórias acontecem dentro do Masterverso, uma interface digital que praticamente substituiu o mundo físico. A partir desse ambiente, o autor propõe uma reflexão crítica sobre os rumos da sociedade e os impactos subjetivos das novas tecnologias.
“Estamos vendo impérios se formarem sob as marcas das big techs, com CEOs se comparando a césares ou fazendo gestos nazistas em palanques políticos”, afirma Roger. “A internet e tecnologias relacionadas poderiam acabar de firmar a democracia em nossa sociedade, mas cada vez mais vêm se mostrando como eficazes instrumentos de controle.”
A obra nasceu do desejo de expandir o universo de “Alena existe” e desenvolver personagens secundários que mereciam novas camadas de profundidade. Para isso, Roger escreveu cinco contos entre julho e novembro de 2024, lançados inicialmente em formato digital, sendo dois deles gratuitos. “Foi uma época de trabalho intenso, porque eu também estava escrevendo para outras antologias, além de acumular funções como capista, diagramador, revisor, publisher, vendedor e publicitário…”, relata. Após o ciclo de publicações, as histórias foram reunidas e retrabalhadas para a versão impressa.
Para Roger, “Crônicas de um mundo” também carrega uma mensagem central: a reconexão com o corpo e com a realidade concreta. “O livro procura o tempo todo chamar a atenção do leitor para o próprio corpo e para a realidade física, além de sublinhar a importância de ouvir os próprios sentimentos e pensamentos em vez de seguir cegamente os padrões impostos pelo meio.”
Com forte viés crítico, a obra aponta para os riscos da manipulação religiosa, capitalista e algorítmica, além de escancarar desigualdades sociais e a persistência do machismo no ambiente virtual.
A escolha pelo gênero de ficção especulativa representou um passo estratégico. “Antes, meus textos e outras construções artísticas eram mais experimentais e conceituais, o que, por um lado, permite aprofundar discussões e promover trocas complexas, mas, por outro, deixa de fora muita gente”, afirma Roger.
A aproximação com um gênero mais acessível tem também um impacto sobre o público. “No fundo, sempre tive ressalvas às dinâmicas e perspectivas das produções muito intelectualizadas”, reflete. “Gostava quando conteúdos um pouco mais profundos apareciam em obras populares. Como é o caso de ‘Matrix’, por exemplo.”
Além da escrita, Roger também assumiu as funções de edição e comercialização da obra, publicada de maneira independente — o que ele vê como parte do amadurecimento artístico e profissional.
Roger Dörl nasceu em Curitiba (PR), cresceu em Joaçaba (SC) e atualmente vive em Brasília (DF). Formado em Artes Cênicas e especialista em Letras, já atuou como professor, produtor cultural e redator. Hoje, dedica-se exclusivamente à escrita e à música.
A relação com a palavra começou cedo. “Meu pai escrevia poesia, esse foi meu primeiro gênero textual, e costumo brincar que a primeira frase que escrevi tinha dois versos e rimava ‘amor’ com ‘flor’”, lembra Roger. Seu estilo literário busca equilibrar acessibilidade e profundidade temática.
Entre suas referências, o autor cita nomes como José Saramago e Mário Quintana. “Tem muitos autores de estilos muito variados em um grande caldeirão de influências de onde eu tento tirar o meu próprio estilo.” Ao mesmo tempo, reconhece que esse tipo de influência muitas vezes é mais perceptível para quem lê do que para quem escreve. “Inclusive, o olhar de fora enxerga melhor do que de dentro.”
Atualmente, Roger prepara seu segundo romance, previsto para o primeiro semestre de 2026, continua escrevendo contos para antologias e mantém uma rotina de publicação mensal de contos gratuitos em suas plataformas digitais.
Confira um trecho do livro:
“Conforme se aproximava, viu uma nova figura tomando forma próxima à máquina. A princípio, Hill achou que fossem só uns arbustos — depois, tentou se convencer de que eram mochilas, roupas ou outros objetos que o grupo tivesse deixado para trás, agora que estava reduzido. Já tinha visto mortes demais nos últimos tempos, além da tentativa do seu próprio assassinato, para não se importar em ter que encarar isso outra vez. Mas, a cada passo, a verdade desagradável ia se tornando mais e mais evidente: aquilo era um corpo humano.”
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VERIANA RIBEIRO ALVES
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