Cresce a preocupação com infartos e mal súbito em jovens em academias

02/06/2025 15h06 - Atualizado há 2 dias

Casos de infarto e mal súbito em jovens, especialmente durante a prática de exercícios físicos em academias, têm gerado crescente preocupação entre profissionais de saúde e a população em geral. Embora eventos trágicos como esses sejam alarmantes, especialistas alertam que, na maioria das vezes, são resultado de condições cardíacas preexistentes não diagnosticadas, ressaltando a urgência da avaliação médica preventiva e do acompanhamento adequado.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de internações de pessoas com menos de 40 anos devido a infartos aumentou 180% em 24 anos. Profissionais de saúde enfatizam que a prática regular de atividade física é fundamental para a saúde, mas deve ser iniciada e mantida com responsabilidade e, principalmente, com o aval de um profissional de saúde.

"O coração de um jovem, mesmo aparentemente saudável, pode apresentar doenças congênitas ou silenciosas que se manifestam sob estresse físico intenso", explica Larissa Ciodaro, profissional de educação física. "A realização de um check-up médico completo antes de iniciar qualquer programa de exercícios, incluindo eletrocardiograma e, se necessário, outros exames mais aprofundados, é crucial para identificar e mitigar riscos."

Entre as condições que podem levar a um mal súbito em jovens atletas, destacam-se a cardiomiopatia hipertrófica (uma condição em que o músculo cardíaco se torna anormalmente espesso), anomalias das artérias coronárias e síndromes de arritmias hereditárias. Muitos desses problemas não apresentam sintomas em repouso e só se revelam durante o esforço físico.

As academias, por sua vez, têm um papel fundamental na promoção da segurança de seus alunos. É indispensável que estabelecimentos de atividade física exijam atestados médicos atualizados, orientem seus professores a identificar sinais de alerta e que contem com protocolos de emergência, incluindo desfibriladores externos automáticos (DEA) e equipe treinada em primeiros socorros.

"Não podemos culpar a atividade física por esses eventos trágicos. Pelo contrário, ela é uma aliada da saúde. O problema reside na falta de preparo e na negligência com a saúde preventiva", afirma Larissa. "É um alerta para que jovens e seus responsáveis, quando menores de idade, busquem orientação médica antes de se dedicarem a rotinas intensas de treino, e para que as academias reforcem suas políticas de segurança e de atendimento mais próximo, com orientação, estando como aluno de fato naquela academia e não apenas ocupando aquele espaço, aquele aparelho”, completa. 

Recomendações Essenciais:

• Avaliação Médica Pré-Participação: Todos os jovens que desejam iniciar ou intensificar a prática de exercícios físicos devem passar por uma avaliação médica completa, incluindo histórico familiar, exame físico e eletrocardiograma.
• Atenção aos Sintomas: Dor no peito, falta de ar desproporcional ao esforço, tontura, desmaio e palpitações são sinais de alerta que exigem interrupção imediata da atividade e busca por atendimento médico.
• Progressão Gradual: O início de qualquer programa de exercícios deve ser gradual, permitindo que o corpo se adapte ao esforço.
• Hidratação e Alimentação: Manter-se bem hidratado e ter uma alimentação balanceada são fatores cruciais para a saúde cardiovascular.
• Academias Responsáveis: Escolher academias que exigem atestado médico, possuem profissionais qualificados e equipamentos de emergência, como o DEA.

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PATRICK BRYAN FERREIRA NASCIMENTO
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