O setor de segurança eletrônica vem passando por um período de transformação, impulsionada pelo avanço da inteligência artificial e pela crescente demanda por soluções mais eficazes de proteção patrimonial e pessoal. No entanto, ao invés de atuar apenas de forma reativa, após a ocorrência de incidentes, a indústria agora caminha para um modelo preditivo, capaz de antecipar riscos com base na análise de comportamento e no reconhecimento de padrões.
Esta evolução está diretamente relacionada à transição de modelos reativos, que são baseados na resposta a eventos já ocorridos, para sistemas preditivos, sustentados por inteligência artificial, análise de comportamento e reconhecimento de padrões. Essa mudança tem impactado a eficiência operacional, além da forma como organizações públicas e privadas gerenciam seus riscos e recursos.
Uma das vantagens mais relevantes desse avanço tecnológico é o uso de ferramentas de reconhecimento de padrões para melhorar a assertividade do sistema. Ao aprender o comportamento típico de um ambiente como, rotinas de entrada e saída, movimentação de veículos ou presença de funcionários, os sistemas conseguem diferenciar o que é normal do que deve ser tratado como exceção.
Essa filtragem automatizada diminui significativamente o volume de alarmes indevidos, que, além de sobrecarregar equipes operacionais, comprometem a eficiência do monitoramento. Com a priorização de eventos de real interesse, o sistema otimiza recursos e aumenta o grau de proteção, tornando a vigilância mais eficaz.
Desse modo, a tendência é deixar de depender exclusivamente da vigilância humana, que está suscetível a falhas por cansaço ou distração, e passar a se apoiar cada vez mais nos sistemas inteligentes, que processam milhares de imagens em tempo real e alertam operadores apenas quando há risco real, otimizando o tempo de resposta e a alocação de recursos. Isso representa uma evolução considerável frente ao modelo tradicional, que se baseava apenas em registros de vídeo ou alarmes disparados após a violação de perímetros.
A adoção dessas tecnologias reflete um amadurecimento do mercado e uma nova mentalidade por parte de empresas e instituições públicas: prevenir é mais eficaz do que remediar. Além de inibir ações criminosas, o modelo preditivo também contribui para a gestão operacional, permitindo insights sobre fluxos de pessoas, horários de maior movimentação e até mesmo o comportamento de colaboradores, informações valiosas tanto para segurança quanto para eficiência empresarial.
A segurança eletrônica no Brasil está em pleno processo de consolidação, movida por inovação e adoção tecnológica. A migração para soluções mais inteligentes e preditivas reflete uma importante demanda de mercado, mas não é só isso. Há uma mudança de mentalidade, pois a segurança deixa de ser um recurso passivo para se tornar um diferencial competitivo e uma ferramenta de gestão estratégica.
Portanto, a expectativa é que os próximos anos sejam marcados por sistemas ainda mais autônomos, conectados à internet das coisas (IoT), com capacidade de autoaprendizado e integração com plataformas de análise de dados corporativos. Assim, a proteção de pessoas, patrimônios e informações passa a ser baseada em inteligência, eficiência e previsibilidade.
*Por Michel Conte, diretor de engenharia e produtos da Agora Distribuidora.
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MARIANA FONSECA GUERRA
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