Tecnologia 3D revoluciona cirurgia da coluna e apresenta resultados promissores em estudo internacional

Incapacidade funcional dos pacientes caiu cerca de 30 pontos percentuais, segundo pesquisa que será apresentada no Global Spine Congress (GSC) 2025, de 28 a 31 de maio no Rio de Janeiro

JOSé LUCHETTI
27/05/2025 14h15 - Atualizado há 1 dia

Tecnologia 3D revoluciona cirurgia da coluna e apresenta resultados promissores em estudo internacional
Arquivo pessoal Dr. Frédéric Schils
Um estudo internacional recente revelou que a tecnologia de impressão 3D aplicada à medicina já é uma realidade—com resultados notáveis no tratamento de doenças lombares.
Essa inovação será um dos destaques do próximo Global Spine Congress (GSC) 2025, onde o Dr. Frédéric Schils, neurocirurgião especializado em cirurgia minimamente invasiva da coluna do Swiss Medical Network, apresentará os resultados de um extenso estudo internacional multicêntrico. A pesquisa foca no uso de dispositivos de titânio impressos em 3D em procedimentos TLIF (Transforaminal Lumbar Interbody Fusion), uma técnica cirúrgica utilizada para tratar condições como hérnias de disco, instabilidade da coluna, estenose espinhal e espondilolistese—quando uma vértebra desliza sobre outra.
O estudo avaliou 187 pacientes submetidos à cirurgia TLIF em centros médicos na França e na Suíça, que receberam implantes intervertebrais (conhecidos como “cages” ou espaçadores) feitos de titânio com tecnologia de impressão 3D. O objetivo foi avaliar a segurança, eficácia clínica e resultados radiológicos desses dispositivos inovadores.

A média de idade dos pacientes foi de 61 anos, com predominância de mulheres (56%). Muitos participantes apresentavam comorbidades relevantes como obesidade (23%), tabagismo (21%), diabetes (10%) e osteoporose (8%). Além disso, 23% já haviam sido submetidos a cirurgias na coluna. As principais indicações para o procedimento foram espondilolistese (80%), estenose espinhal (52%), instabilidade lombar (30%) e hérnias de disco (15%).
Principais resultados do estudo incluem:
  • Redução significativa da dor e melhora na qualidade de vida: a incapacidade funcional dos pacientes caiu cerca de 30 pontos percentuais, com os escores médios do ODI (Oswestry Disability Index) caindo de 46,5% para 18%.
  • Alta taxa de fusão óssea bem-sucedida: 93% dos pacientes alcançaram fusão completa das vértebras operadas dois anos após a cirurgia—um dos principais indicadores de sucesso cirúrgico.
  • Complicações mínimas: apenas 5% dos casos envolveram eventos adversos graves, e menos de 2% estavam diretamente relacionados ao procedimento.
  • Baixa perda de sangue e duração moderada da cirurgia: as operações duraram em média 116 minutos, com perda sanguínea considerada baixa (aproximadamente 300 ml).
  • Alta satisfação dos pacientes: a maioria relatou melhora significativa dos sintomas e recuperação da capacidade funcional.
“A principal vantagem dos novos implantes está tanto no material quanto no design. O titânio impresso em 3D permite uma estrutura mais porosa e personalizada, o que melhora a integração com o osso e pode superar os modelos tradicionais feitos de PEEK (um tipo de plástico de grau médico). Essa tecnologia está nos ajudando a dar um salto importante na cirurgia da coluna”, afirma o Dr. Frédéric Schils.
Segundo o Dr. Schils, o uso da impressão 3D no desenvolvimento de implantes para a coluna representa um avanço importante no tratamento de doenças lombares—combinando inovação, segurança e melhores resultados para os pacientes.
 

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