Cuidar de tudo, o tempo todo, da casa, dos filhos, do trabalho, das demandas invisíveis. Para muitas mulheres, a maternidade vem acompanhada de uma rotina intensa e exaustiva, na qual é comum colocar as próprias necessidades sempre por último. Nesse cenário, o comer emocional surge, muitas vezes, como uma tentativa de acolhimento e alívio.
Segundo a psicóloga Viviane Nascimento, especialista em comportamento alimentar e regulação emocional, esse padrão é mais comum do que se imagina. “Muitas mães comem não por fome física, mas por exaustão, frustração, solidão ou culpa. A comida acaba assumindo o papel de recompensa, anestesia ou companhia, especialmente quando elas sentem que não têm mais tempo para si mesmas”, afirma.
Viviane ressalta que o comer emocional não é um problema isolado, mas um reflexo da sobrecarga mental e emocional que muitas mulheres enfrentam na maternidade. “A desconexão com o corpo, a autocrítica constante e a falta de tempo para autocuidado formam um ciclo que pode gerar sofrimento silencioso, alimentando comportamentos compulsivos”, explica.
Com base na Terapia Comportamental Dialética (DBT), abordagem que utiliza técnicas de regulação emocional, Viviane desenvolveu um método que ajuda mulheres a identificarem seus gatilhos, nomearem emoções e reconstruírem uma relação mais saudável com a comida e com elas mesmas.
“Essas mães não estão comendo por fraqueza. Elas estão tentando sobreviver. É preciso parar de julgá-las e começar a oferecer escuta, acolhimento e ferramentas reais de cuidado”, reforça a psicóloga.
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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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