Dores abdominais, diarreia, fadiga e perda de peso. Apesar de relativamente comuns, esses sintomas, muitas vezes ignorados ou atribuídos a quadros passageiros, podem indicar a presença de doenças inflamatórias intestinais (DIIs). Mais do que um desconforto intestinal, esse grupo de condições crônicas afeta o trato digestivo e impacta significativamente na qualidade de vida dos pacientes, podendo até mesmo levar a intervenções cirúrgicas.
O Maio Roxo é o mês dedicado à conscientização das DIIs, já que por terem sintomas comuns, às vezes essas doenças podem demorar a serem devidamente diagnosticadas e tratadas. “O diagnóstico precoce é fundamental, apesar de ser difícil de ser realizado, pois aumenta as chances da eficácia do tratamento, melhora o prognóstico e reduz as chances de evolução e complicação da doença, que podem culminar em uma cirurgia"”, explica o coloproctologista do Hospital São José, Dr. Pedro Baddini.
Os sintomas mais comuns das doenças inflamatórias intestinais são: diarreia crônica, dor abdominal, presença de muco ou sangue nas fezes, perda de peso e cansaço excessivo. No entanto, também podem surgir queixas na região anal, como dor, ardência e secreção, além de sintomas fora do intestino, como dores nas articulações, problemas de pele e nos olhos.
“A melhor maneira de diferenciar sintomas comuns, das apresentadas pelas doenças inflamatórias intestinais é pela persistência e duração. A intensidade dos sintomas, como dor abdominal mais intensa, diarreia mais frequente, assim como os sinais de alerta como sangue nas fezes, perda de peso inexplicável, febre e fadiga extrema, também podem ser sintomas importantes”, comenta o especialista.
As duas formas mais conhecidas de DIIs são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Ambas causam inflamações no intestino, com sintomas semelhantes como dor, diarreia, fadiga e perda de peso. A principal diferença está nos órgãos atingidos: enquanto a Doença de Crohn pode atingir qualquer parte do sistema digestivo, da boca ao ânus, a Retocolite Ulcerativa se restringe ao intestino grosso e reto.
Segundo o coloproctologista do Hospital São José, as doenças inflamatórias intestinais são multifatoriais, já que podem ser causadas por fatores genéticos, ambientais, imunológicos e comportamentais. No entanto, os principais grupos de risco incluem adolescentes e jovens adultos (entre 14 e 24 anos), além de um segundo pico de incidência entre os 50 e 70 anos. Hábitos alimentares também têm muita influência: “dietas ricas em alimentos ultraprocessados, frituras e gorduras são as mais prejudiciais. Percebe-se que em regiões mais industrializadas, podem aumentar os casos de DII”, conclui o Dr. Baddini.
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BERNARDO DE QUADROS BRUNO
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