A Subprefeitura de Itaquera vem promovendo, de forma contínua e determinada, uma verdadeira força-tarefa para coibir os pancadões que tomam as ruas da região. Desde que assumiu o cargo, o subprefeito Rafael Limonta adotou uma postura firme contra essas aglomerações ilegais, que geram não apenas transtornos à vizinhança, mas também alimentam uma cadeia de crimes, como tráfico de drogas, furtos, roubo de veículos, prostituição infantil e venda de bebidas alcoólicas a menores de idade.
“A gente não vai descansar até acabar com todos os pancadões em Itaquera”, afirma Limonta, ressaltando que o trabalho tem sido pautado na articulação entre diferentes órgãos como a GCM, Polícia Militar, Polícia Civil, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. O subprefeito enfatiza que a estratégia tem sido baseada na inteligência: “A gente entra no território antes do pancadão começar. Se ele não começa, não há confronto, não há incidente”.
O histórico da atuação da subprefeitura é marcado por tragédias que reforçam a gravidade do problema. Um caso emblemático aconteceu na Rua Virgínia Ferme, onde uma moradora faleceu por falta de atendimento médico porque a ambulância não conseguiu acesso devido ao bloqueio da rua por conta de um pancadão.
“É inadmissível imaginar uma pessoa morrer porque o poder público não conseguiu garantir o direito de ir e vir”, lamenta Limonta.
O subprefeito destaca que o problema é multifacetado. Parte relevante da sustentação dos pancadões vem de adegas clandestinas, que atuam fora das normas legais. “Encontramos estabelecimentos totalmente irregulares — sem alvará, sem licença sanitária, vendendo bebida alcoólica em desacordo com o CNAE, que determina que a bebida seja vendida fechada. Não pode virar bar disfarçado”, explica. Ele destaca, no entanto, que a gestão não é contra o comércio:
“A gente quer ajudar quem quer trabalhar legalmente. Fizemos mutirões para regularizar comércios. Muitos comerciantes tinham medo de vir até a subprefeitura. Isso mudou”, afirma o subprefeito.
Apesar de oferecer alternativas legais até mesmo para os jovens que buscam diversão, Limonta afirma que há resistência por parte dos organizadores dos pancadões.
“Já propusemos organizar festas em locais adequados, com estrutura, segurança e higiene. Mas não quiseram. Por quê? Porque querem continuar com o ambiente ilegal, onde se vende droga, bebida para menores, onde há prostituição”, diz Rafael Limonta.
A ação da subprefeitura também se estende às chamadas festas irregulares em locais fechados, frequentemente confundidas com pancadões. Nesses casos, a fiscalização encontrou som acima do permitido, venda de bebida a menores, uso de fogos de artifício e ausência de segurança estrutural.
“Quem quiser fazer festa dentro da lei, estamos aqui para ajudar. Fora da lei, não haverá tolerância”, reforça.
Questionado sobre a estrutura disponível para manter essa fiscalização permanente, Limonta é direto: “Sempre vai faltar braço. Mas com inteligência e vontade, a gente faz. Trabalhamos dia, noite, feriado, o que for preciso. A diferença é querer fazer”.
A atuação da subprefeitura é amparada, segundo ele, pelo apoio da maioria da população. “99% da população apoia. O 1% que lucra com a ilegalidade é o barulhento. Nosso papel é mostrar que é possível trabalhar dentro da lei. Quem insistir em atuar na ilegalidade vai sofrer as sanções previstas”.
Limonta conclui com um recado direto aos jovens: “Ninguém quer tirar o direito de se divertir. Mas tem que ser com responsabilidade. A festa não pode comprometer a segurança da comunidade. Não estamos aqui para reprimir a juventude, mas para garantir que ela tenha opções seguras e legais para se expressar”.