Educação: Anos Finais pedem ação coletiva e políticas consistentes

Encontro “Redes Que Transformam “, da Motriz, mostrou que superar desigualdades na educação passa por liderança comprometida, governança estruturada e valorização do protagonismo dos adolescentes

ANDERSON LEMOS | TEXTUAL COMUNICAçãO
21/08/2025 10h01 - Atualizado há 3 horas

Educação: Anos Finais pedem ação coletiva e políticas consistentes
Mateus Lima

“Não tem ‘bala de prata’ para a educação e nem solução mágica. O que temos feito é trabalhar de maneira integrada, mas estamos apenas começando. Temos muito o que fazer”. Foi com essa mensagem que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, definiu os desafios para a educação e os Anos Finais no estado. Ela esteve na quarta-feira (20), em São Paulo participando do evento “Redes Que Transformam”, da organização Motriz. 

Ao lado de Washington Bonfim, secretário de Planejamento do Piauí, Giovanni Harvey, Diretor Executivo do Fundo Baobá e Katia Schweickardt, secretária Nacional de Educação Básica do MEC, a governadora integrou o painel “Nosso compromisso para os Anos Finais”, mediado por Olavo Nogueira Filho, Diretor Executivo do Todos Pela Educação. 

“Não há nada mais apaixonante do que trabalhar com a educação. Eu sou o instrumento de que a educação é prioridade no governo”, disse Raquel Lyra. 

Para o secretário de Planejamento do Piauí, ainda existem “problemas complexos” em termos de políticas públicas. “A interseccionalidade nos Anos Finais “é talvez o maior desafio que temos”, comentou. Washington Bonfim destacou a atuação no Piauí, onde o Governo do Estado tem avançado na educação integral, “principalmente no ensino médio, com profissionalização e pensando na entrada dos jovens no mercado de trabalho”. 

Regime de colaboração

Ao ser perguntado se haveria uma variável-chave para impulsionar o regime de colaboração pensada nos Anos Finais, Giovanni Harvey, Diretor Executivo do Fundo Baobá, destacou que a solução passa pela união de forças. “Todos somos corresponsáveis pela construção desse país”. Katia Schweickardt, secretária Nacional de Educação Básica do MEC, avaliou que, quando se fala em políticas voltadas para a Educação Integral e a relação com Anos Finais, é preciso desenvolver a intencionalidade na formulação de práticas, que vão desde o gerenciamento da organização até o desenho das políticas. 

Governança e intersetorialidade contra desigualdades

O “Redes Que Transformam”, sediado em Guarulhos-SP, ainda contou com lideranças como João Campos (prefeito de Recife), Leonardo Pascoal (secretário de Educação de Porto Alegre), Lisiane Lemos (secretária Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade do Governo do Estado do Rio Grande do Sul) e Alexsandro Santos (MEC) defenderam governança e intersetorialidade como eixos para reduzir desigualdades sociais e educacionais. Exemplos práticos mostraram avanços, como a reorganização das filas de creches em Recife e ações intersetoriais contra evasão escolar no Rio Grande do Sul. Os gestores ressaltaram ainda o papel da liderança política e da formação de gestores como chaves para a transformação.

No Recife, João Campos deu exemplos de como a intersetorialidade contribuiu para melhorar o acesso à educação. “Identificamos que não bastavam as creches, mas sim um sistema que priorizasse pessoas em vulnerabilidade social. Criamos o sistema de fila. E era preciso ter transparência nas filas para resolver a questão e garantir que os alunos chegassem às vagas. Vimos que alguns alunos de extrema vulnerabilidade nem na fila estavam. Contamos com o apoio dos agentes comunitários de saúde, da Secretaria de Educação, além da digitalização”. 

No mesmo dia, representantes de Rio de Janeiro, Recife, Serra (ES) e Ceará debateram os desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Violência escolar, falta de políticas consolidadas de inclusão e restrições orçamentárias foram apontadas como obstáculos. Entre as soluções, destacaram-se a reorganização curricular e a criação de clubes juvenis no Recife, a importância da vontade política em Serra e o investimento em formação continuada de professores no Ceará. O debate reforçou a necessidade de educação integral e significativa para adolescentes. 

ES aposta em formação docente e foco na adolescência

Ainda no Redes Que Transformam, a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, apresentou resultados iniciais do programa Entre Nós, em parceria com a Unicamp, que já registra redução de conflitos escolares. No painel sobre protagonismo dos adolescentes, ela defendeu a urgência de tratar a adolescência como centro da transformação nos Anos Finais, indo além de indicadores acadêmicos. Para Rohsner, o objetivo é formar estudantes capazes de atuar no mundo com consciência, respeito e felicidade dentro do ambiente escolar.

Sobre o evento

O “Redes Que Transformam” traz à tona a urgência de garantir uma educação integral e significativa para adolescentes, com a escola como espaço de pertencimento, desenvolvimento e proteção. A programação inclui uma série de mesas temáticas que vão desde o protagonismo estudantil até a articulação intersetorial de políticas públicas.

O evento surge como um espaço vital para o debate e a construção de políticas públicas focadas nos Anos Finais do Ensino Fundamental. O evento reúne gestores públicos, especialistas e lideranças de referência nacional, impulsionado pela organização Motriz. O objetivo é claro: discutir caminhos concretos que ampliem as oportunidades educacionais e contribuam para a redução das desigualdades, em um período decisivo para o futuro dos estudantes.

Sobre a Motriz

A Motriz é uma organização apartidária que fortalece governos para a entrega de serviços públicos com qualidade e equidade, contribuindo para a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento da democracia no Brasil. Com foco na educação pública, atua para garantir a aprendizagem, permanência e progressão dos estudantes ao longo de sua trajetória. Sua principal estratégia é o desenvolvimento de lideranças públicas e o apoio técnico à gestão, com base em evidências, diagnóstico, planejamento e implementação de políticas educacionais. Até 2031, a Motriz trabalhará para ampliar resultados sustentáveis em alfabetização, educação integral nos anos finais com equidade racial e de gênero em redes de ensino municipais e estaduais.

 

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