Até o dia 17 de maio, o Colégio Santo Agostinho - Contagem, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), se transforma em palco da COP30, durante a 14ª edição da SIAC – Simulação Interna Agostiniana de Contagem. Neste ano, o projeto convida os estudantes a uma imersão nas urgências do planeta, com o tema “A Crise Climática”. A programação inclui a simulação da COP30 — conferência que será realizada oficialmente em novembro de 2025, no Brasil — e também de um comitê especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), focado na questão dos refugiados ambientais.
Ao longo de três dias de simulação, os estudantes irão debater, propor soluções e viver na prática os desafios das negociações internacionais que moldam os rumos do planeta. A SIAC tem como propósito central formar cidadãos conscientes, sensíveis às desigualdades globais e comprometidos com a construção de um futuro sustentável e justo.
A cerimônia de abertura, será realizada nesta quinta-feira, dia 15 de maio, às 19h, no Salão Mandela, e contará com a presença de duas especialistas: Aleluia Heringer Lisboa Teixeira, doutora em Educação e ex-diretora da Unidade, que liderou importantes ações em sustentabilidade no Colégio; e Elise Hungaro, economista e mestranda em Inovação Tecnológica pela UFMG, que participou da COP28, em Dubai, como representante de uma ONG.
De acordo com Márcio Rocha, professor de geografia e coordenador da SIAC, mais do que um exercício diplomático, o comitê é uma oportunidade de mergulhar nas complexas relações entre desenvolvimento econômico, justiça social e preservação ambiental. "O objetivo é proporcionar uma vivência realista sobre questões globais urgentes. Ao representar delegações e construir soluções para problemas como a emergência climática e a migração forçada, os alunos desenvolvem consciência crítica, empatia e responsabilidade social", observa.
Rumo à ação global
Este ano, o comitê COP30 tem como tema "Rumo à Ação Global: Compromissos e Soluções para um Futuro Sustentável". Os estudantes atuarão como delegados de países e organizações internacionais, negociando propostas que envolvem justiça climática, preservação de ecossistemas e desenvolvimento sustentável. Já no comitê do ACNUR, os alunos discutirão o impacto das mudanças climáticas na migração forçada, refletindo sobre os direitos dos refugiados ambientais e os desafios da integração social.
"Escolhemos este tema porque ele representa um dos maiores desafios contemporâneos e, em 2025, a COP30 será realizada em Belém, no coração da Amazônia. É uma oportunidade única para aprofundar o debate sobre o papel do Brasil e da juventude frente à crise ambiental", destaca Márcio.
A preparação para a SIAC envolve estudo, pesquisa e produção de um Documento de Posição Oficial (DPO), além da participação em encontros como a "SIAQUINHA", que treina habilidades como negociação, escuta ativa e argumentação. Para o professor, o projeto é um reflexo da proposta pedagógica do colégio: "A SIAC desenvolve competências para além do conteúdo curricular. Ela forma cidadãos preparados para pensar criticamente, dialogar com o mundo e agir com ética e solidariedade."
O impacto da simulação é duradouro. "Já vimos estudantes que começaram tímidos e, ao longo dos anos, se transformaram em líderes engajados, com atuação destacada inclusive em simulações externas. A SIAC é um divisor de águas na formação desses jovens", reforça Márcio.
No comitê do ACNUR, os alunos vão se debruçar sobre uma realidade invisibilizada, mas crescente: os refugiados ambientais. Milhares de pessoas ao redor do mundo são forçadas a abandonar suas casas em razão de eventos climáticos extremos, como enchentes, secas prolongadas e elevação do nível do mar.
Durante os debates, os estudantes discutirão políticas de acolhimento, os obstáculos ao reconhecimento legal desses indivíduos e as responsabilidades compartilhadas entre as nações. O exercício favorece a empatia, o pensamento crítico e a formação de uma consciência global humanitária.
O cuidado com a Casa Comum é um valor essencial na proposta pedagógica do Colégio Santo Agostinho, profundamente inspirado na encíclica Laudato Si', do Papa Francisco. A partir dessa visão, a escola entende que formar cidadãos conscientes passa por integrar as dimensões humana, social e ambiental no cotidiano escolar.
A Unidade Contagem foi pioneira nesse caminho, com a criação da Plataforma Terráqueos, em 2011. Desde então, projetos como o GTEIAS – Grupo de Trabalho, Envolvimento, Iniciativa Ambiental e Social e a institucionalização da área de ASG tornaram a sustentabilidade uma pauta estratégica da escola.
Com metas como o plano de Aterro Zero até 2030 e práticas concretas de redução de resíduos e emissões, o Colégio segue firme na missão de educar para a transformação.
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LORRAINE GABRIELLE SILVEIRA SOUZA
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