Acreditar e continuar
Emergência Climática
Renato Nalini
12/05/2025 09h46 - Atualizado há 10 horas
Domínio Público
A situação climática tem tudo para desanimar os mais sensíveis. A temperatura do mundo continua a aumentar. Os esforços para desfossilizar o planeta são pífios. A poluição está em todos os lugares. A escassez hídrica é uma realidade cada vez mais próxima. As cidades tratam melhor o veículo do que as pessoas. Estas não têm calçadas para caminhar, sombra de árvores para descansar, água para se dessedentar. Já os carros, os veículos mais egoístas sobre a face da Terra, estes encontram ruas e estradas à disposição, para que cheguem a qualquer espaço. Expelindo gases venenosos causadores do efeito estufa. Os donos de carros flex continuam a abastecê-los com gasolina, em lugar do etanol. A administração pública recebe mais pedidos de remoção de árvores do que de plantio. Tudo parece mostrar o desalento como única opção. Nada obstante, é preciso continuar. Rumo à utopia de um mundo mais sustentável. De cidades mais resilientes. Exatamente como no livro “Eleutéria”, de Allegra Hyde. Por incrível que possa parecer, há esperança diante da atual emergência climática. É uma utopia? Sim. Mas de utopia também se vive. Para que serve a utopia? Ela se encontra no horizonte. Aproximamo-nos dois passos ela se afasta dois passos. Acelero e caminho dez passos. O horizonte distancia-se outros dez. Embora inalcançável, ela serve para que se continue a caminhar. As pessoas de bem devem perseverar: acreditar na descarbonização, na arborização, na limpeza de represas, rios e córregos, na redução do desperdício e na adoção de alternativas limpas, para que tudo continue a funcionar, mas sem colocar em risco a subsistência da humanidade. *José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUCIANA FELDMAN
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