Empresas deverão avaliar riscos psicossociais de seus trabalhadores a partir de maio de 2025

Novas resoluções da norma regulamentadora (NR) de nº 1, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, determina a inclusão das avaliações no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) das empresas

KASANE COMUNICAÇÃO
12/05/2025 12h03 - Atualizado há 12 horas

Empresas deverão avaliar riscos psicossociais de seus trabalhadores a partir de maio de 2025
Divulgação/Freepik
A saúde mental dos trabalhadores deverá se tornar uma prioridade para as empresas brasileiras a partir de 26 de maio de 2025. Inicialmente, as empresas terão um ano para que possam se adaptar às novas exigências e fortalecer as ações de prevenção e segurança no ambiente de trabalho. Durante esse período, a mudança terá caráter apenas educativo e orientativo, sem aplicação de multas. 

O aumento de afastamentos registrados por estresse, ansiedade e burnout chamou a atenção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que, em agosto de 2024, determinou que as empresas brasileiras passarão a incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), obedecendo a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1).


Segundo dados do Ministério da Previdência Social, a doença mental é atualmente a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, atrás apenas dos problemas de coluna, com cerca de 400 mil casos registrados em 2024. A mudança destaca que riscos psicossociais como estresse, assédio e carga mental excessiva, dentre outros, devem ser identificados e gerenciados pelos empregadores como parte das medidas de proteção à saúde dos trabalhadores.

Em Goiás, o cenário também é preocupante ao registrar também 11.119 afastamentos apenas no último ano. Entre os principais diagnósticos estão transtornos de ansiedade, com 2.953 registros, e episódios depressivos, que levaram 2.750 trabalhadores a se afastarem. Esses números posicionam Goiás como o segundo estado com maior número de licenças por transtornos psicológicos na região Centro-Oeste, ficando atrás apenas do Distrito Federal. ​

O que muda na prática
Segundo a médica do trabalho Cristiane Fortino, que atua no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) Compartilhado, do Instituto de Assistência Familiar e Amparo Social dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Iafas), a atualização da NR-1 representa um avanço na promoção da saúde mental no ambiente de trabalho. “As empresas precisam, agora, integrar aspectos psicossociais em suas políticas e práticas de gestão de saúde e segurança do trabalho, por meio de avaliações periódicas do ambiente de trabalho, revisões dos programas existentes, desenvolvimento de novas estratégias de apoio psicológico e prevenção, reconhecendo ainda a saúde mental como um fator determinante para o bem-estar dos trabalhadores, integrando medidas preventivas e de apoio dentro do ambiente de trabalho”, destaca a médica.

A principal alteração é a incorporação dos riscos psicossociais no Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSSO), com um olhar mais atento à saúde mental dos trabalhadores. A identificação e gestão dos riscos psicossociais, o desenvolvimento de programas de saúde mental, a prevenção do assédio e discriminação, a promoção de um ambiente de trabalho saudável, a capacitação dos líderes e gestores e a prevenção do burnout e sobrecarga de trabalho entram na lista de mudanças e adequações que as empresas precisam seguir, seguindo a NR1. Ao fazer isso, elas não apenas cumprem as exigências da norma, mas também contribuem para um ambiente mais saudável, produtivo e sustentável para todos os colaboradores.

Quais serão as mudanças para as empresas?
Além das adaptações, as empresas deverão também implementar práticas que garantam o cumprimento das normas mais eficazes de gestão da saúde mental, prevenção de riscos psicossociais e combate ao assédio. Embora isso envolva investimentos em capacitação, programas de apoio psicológico e revisão de políticas internas, as empresas poderão colher benefícios significativos a longo prazo, como um ambiente de trabalho mais saudável, colaboradores mais engajados, redução do absenteísmo e da rotatividade de funcionários, aumento na produtividade e qualidade do trabalho, além da redução nos custos com saúde ocupacional e afastamentos.

Com uma atuação parceira, o instituto, que atua como intermediário entre trabalhadores e empresas que buscam uma mão de obra qualificada nos segmentos de limpeza, conservação e de segurança privada de Goiás, oferece também assistências em vários níveis, inclusive terapêuticas, para os colaboradores das empresas parceiras do instituto. Além de programações especiais ao longo de cada mês, com cursos e palestras, o Iafas possui ainda acompanhamento especializado para crianças e jovens com Transtorno no Espectro Autista (TEA), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). “As mudanças trazem mais segurança e um ambiente mais saudável para os trabalhadores, focando no bem-estar mental e no combate aos riscos psicossociais no trabalho. Buscando esse equilíbrio, o Iafas também cuida de quem precisa ser cuidado, dando esse apoio a mais ao trabalhador”, frisa a médica Cristiane.

Sobre o Iafas
O Iafas é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2017, com o propósito de conectar trabalhadores e empresas em busca de mão de obra qualificada. O instituto, que atua como intermediário entre trabalhadores e empregadores, cadastrando currículos para vagas de emprego nos segmentos de limpeza, conservação e de segurança privada em Goiás que estão com déficit de profissionais, oferece também benefícios como cestas básicas para alunos que concluírem os treinamentos, além de contar com uma farmácia própria com preços acessíveis para trabalhadores e seus familiares, distribuição de material escolar, dentre outros benefícios.
 

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CAROLINA OLIVEIRA DE ASSIS
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