Guerra tarifária reaquece cenário para o agronegócio — e exige cautela do produtor
Tema do novo episódio do Minuto Agro, podcast produzido pela Indigo Ag no Brasil, o impacto da disputa entre China e Estados Unidos é analisado por Enrico Manzi, especialista em grãos e Country Manager da consultoria Biond Agro
ROBSON SILVA
06/05/2025 09h59 - Atualizado há 1 dia
Crédito: Divulgação
A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China pode abrir oportunidades estratégicas para o agronegócio brasileiro, mas também impõe novos desafios aos produtores. No centro dessa disputa, tarifas, câmbio e políticas de reindustrialização norte-americana alteram o equilíbrio global de oferta e demanda — afetando diretamente quem planta e exporta no Brasil.
A avaliação é do especialista em grãos Enrico Manzi, convidado do mais novo episódio do Minuto Agro, podcast produzido pela Indigo Ag no Brasil. Country Manager da consultoria Biond Agro, Enrico explica que, embora o embate comercial tenha motivações legítimas por parte dos EUA — como conter práticas desleais da China —, os efeitos colaterais no mercado global podem ser profundos e de longo prazo. “A tentativa dos EUA de reindustrializar sua economia e proteger seus fluxos comerciais acabou gerando um cenário volátil, com impacto direto sobre as cadeias agrícolas”, afirma. Durante o episódio, Enrico relembra que o atual contexto é uma retomada da disputa tarifária iniciada ainda em 2018, durante o governo Trump. Ele explica que, embora as críticas americanas à manipulação cambial e comercial da China tenham fundamento, a forma como os EUA reagiram, por meio de tarifaços, acabou desorganizando os fluxos globais. “Essa guerra se transformou num jogo de truco, onde cada lado sobe a aposta sem uma racionalidade econômica clara”, compara. Reflexos diretos no campo: como o Brasil entra nesse jogo! Do ponto de vista do Brasil, o especialista destaca que há ganhos e perdas. Em curto prazo, o país pode se beneficiar da abertura de novos mercados, já que a China busca fornecedores alternativos aos EUA — o que fortalece o papel brasileiro como exportador de grãos. No entanto, Enrico alerta que o ambiente de incerteza exige atenção redobrada por parte dos produtores, especialmente diante da proximidade da safra 25/26. “É essencial que o produtor rural observe com cuidado o momento da compra de insumos e da venda de grãos. A guerra comercial afeta diretamente preços, margens e riscos logísticos”, diz. Ele ainda aponta que o dólar deve permanecer pressionado, com efeitos sobre o custo de produção, e que a previsibilidade no planejamento agrícola será cada vez mais estratégica. Enrico também chama a atenção para a importância de diferenciar os fatores internos — como a qualidade da safra ou a eficiência da logística — daqueles externos, como as movimentações geopolíticas e as decisões políticas dos grandes players globais. “É um momento de acompanhar de perto, ter cautela, mas também aproveitar com inteligência as janelas de oportunidade que se abrem nesse novo cenário.” O conteúdo completo do Minuto Agro - Episódio 37 já está disponível no site da Indigo Ag, além das redes sociais da empresa, canal no YouTube, no Spotify e nas principais plataformas de podcast. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ROBSON MERIEVERTON DOS SANTOS SILVA
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