Não existe saúde mental sem uma comunicação interna não violenta
* Por Juliana Albanez
JULIA ABDUL - HAK | SMARTCOM INTELIGêNCIA EM COMUNICAçãO
09/04/2025 15h31 - Atualizado há 2 dias
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Em abril de 2024, o cenário corporativo brasileiro ganhou um novo capítulo com a sanção da Lei nº 14.831/24, que criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Mais do que uma formalidade, essa certificação reconhece organizações que oferecem um ambiente de trabalho saudável e que se preocupam com o bem-estar emocional de seus colaboradores. A ideia é simples: empresas saudáveis = colaboradores felizes = produtividade em alta. Concedido pelo Governo Federal e com validade de dois anos, o selo incentiva a manutenção contínua de boas práticas organizacionais. Não é uma conquista pontual, mas um compromisso constante. E os benefícios vão além do bem-estar da equipe. Uma empresa certificada fortalece sua imagem institucional, ganha credibilidade com clientes e parceiros e se diferencia no mercado como uma marca que entrega mais do que produtos, se torna reconhecida pela segurança emocional. Algumas, inclusive, criaram departamentos da felicidade! E no centro dessa estratégia está um elemento-chave: a comunicação interna. É ela que dá voz às iniciativas, conecta pessoas e alinha propósitos. De nada adianta implementar ações se ninguém sabe que elas existem. No entanto, antes de sair em busca de certificações, é preciso analisar o ambiente interno e identificar sinais de que algo não vai tão bem. Os sintomas comuns em ambientes disfuncionais são o clima de julgamento constante, onde os colegas mais parecem juízes, prontos para criticar, mas nunca para colaborar; a falta de diálogo, quando informações importantes são ignoradas ou escondidas, e os problemas só se acumulam; feedbacks informais e ineficazes, com conselhos que surgem nos corredores e sem plano de ação claro; apatia coletiva, quando ninguém se importa com o outro. Como consequência, o índice de rotatividade dispara e se estabelece um ambiente tenso, onde o clima é pesado, hostil e que afasta talentos. A boa notícia é que há caminhos para transformar esse cenário. É preciso investir em treinamentos focados em comunicação não violenta, fortalecimento da cultura organizacional e estímulo ao diálogo e à empatia. Essas ações não são apenas boas práticas, mas sim respostas estratégicas ao novo cenário legal e social das empresas brasileiras. Afinal, a recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) equipara a saúde mental à saúde física no que diz respeito à segurança e saúde do trabalho. Ou seja, cuidar do bem-estar psicológico deixou de ser um diferencial e passou a ser obrigação legal. Mais do que isso, é um sinal dos tempos: empresas precisam se preparar para cultivar ambientes saudáveis, sustentáveis e até mesmo divertidos. No fim do dia, uma empresa que cuida da saúde mental não está apenas cumprindo a lei, mas está construindo um lugar onde as pessoas desejam estar. E, em um mercado cada vez mais competitivo, isso é um ativo precioso. A pergunta que fica é: sua empresa está pronta para conquistar esse selo? E, mais ainda, para sustentar o que ele representa? *Juliana (@jualbanez) é jornalista, escritora, palestrante, consultora de empresas na Europa e especialista na formação de speakers. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JULIA DE MELLO ABDUL HAK
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