A decisão do Federal Reserve de manter as taxas básicas de juros dos EUA era esperada, mas o tom de Jerome Powell durante a coletiva do anúncio sugere que o banco central americano não tem pressa para relaxar a política monetária. Para Thiago Duarte, analista de mercado da Axi, o Fed agora enfrenta um cenário ainda mais complicado. Enquanto a inflação continua a ser uma preocupação, dados econômicos recentes –incluindo uma confiança do consumidor mais fraca e as crescentes expectativas de recessão– trazem dúvidas sobre quanto tempo a economia americana pode aguentar juros altos. Apesar disso, Duarte vê poucas chances de um corte iminente da taxa de juros, já que a pressão inflacionária persiste e os responsáveis pelas política monetária continuam cautelosos sobre reduzir os juros tão cedo. O mercado inicialmente haviam precificado um corte para junho, mas essas apostas estão se esvaindo.
Enquanto isso, o Banco Central do Brasil aumentou os juros para 14,25% ao ano, sinalizando uma abordagem mais gradual para altas futuras. A pergunta agora é se essa mudança será suficiente para manter a estabilidade do real e manter as expectativas de inflação ancoradas. Para Thiago Duarte, há riscos à frente –a cotação do dólar subiu após a decisão, com alta de 0,8% na quinta-feira após cair para R$ 5,63 na quarta, mas a incerteza fiscal e a pressão externa podem reduzir os ganhos.
Já o Ibovespa está no mês mais forte em tempos, com alta de 8% em março, mas com condições monetárias mais apertadas e os fatores de risco global crescendo, continuamos cautelosos em quanto tempo esse rally vai durar. Os mercados agora olham para novos dados dos EUA e do Brasil para dar pistas, mas vemos volatilidade à frente, principalmente se os temores de recessão se aprofundam e as expectativas de cortes de juros do Fed continuarem a ser adiadas.
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PATRICIA SERENO ZYLBERMAN
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