Estudantes de medicina atenderam mais de 5 mil pessoas em estado vulnerável durante missão humanitária no Benin
Maioria dos casos estavam relacionados a patologias típicas do subdesenvolvimento local
JULIANA ANTUNES
24/03/2025 14h55 - Atualizado há 3 dias
Raphael Martinelli
A 2ª Missão África, projeto da Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, que visa levar a medicina humanizada como atividade prática e de extensão universitária ao currículo dos futuros médicos, passou por cinco diferentes vilarejos das cidades de Adjarra e Ganvie e atendeu mais de 5 mil pessoas em estado vulnerável. Além de visitas domiciliares para a população incapacitada de deslocamento, um hospital - Centre de Santé de Adjarra – serviu como base para atendimento e realização de procedimentos cirúrgicos. Os missionários atuaram também em um Centro de tratamento para pacientes com problemas de Saúde Mental. Segundo os participantes da Missão, a grande maioria dos casos eram relacionados a patologias tropicais típicas do subdesenvolvimento local. Em Benin, a mortalidade infantil chega próximo dos 50% no primeiro ano de vida e a expectativa de vida é em média 58 anos, então as doenças são bastante prevalentes e graves e por falta de tratamento eles acabam sucumbindo. “É muito provável que este será o único atendimento que estas pessoas vão ter ao longo da sua vida porque eles não têm acesso a medicina gratuita”, conta Rodrigo Dias Nunes, diretor de Extensão Curricular, Extra-curricular e Travessia Humanitária da Inspirali. Rodrigo declara, ainda, que por lá as pessoas nascem e morrem sem nenhum tipo de registro. “Muitas enfermidades poderiam ser solucionadas com uma boa alimentação ou o simples ato de beber água, mas lá eles não possuem estes recursos básicos”, complementa. Participaram da missão 28 alunos, 5 egressos e 8 professores das escolas UniBH, Unisul, Universidade São Judas Tadeu, Universidade Anhembi Morumbi, UniFacs, Faseh, UnP e AGES. A ação é uma atividade prática e de extensão universitária ao currículo da Inspirali em que participam estudantes que já possuem histórico em ações voluntárias, já participaram e se destacaram em alguma das edições anteriores da Missão Amazônia e estão nos dois últimos anos da graduação. Cada aluno tinha em mãos um sistema de Prontlife® desenvolvido especialmente para a Missão. Trata-se de um tablet com prontuário eletrônico, cujas informações colhidas servirão para compor um banco de dados dos pacientes que será, posteriormente, apresentado como modelo para o governo para fortalecer a estratégia de implementação de um Programa de Medicina de Família e Comunidade. “A missão África é um privilégio humano de ser vivenciado. Mais do que uma oportunidade de crescer profissionalmente, trata-se de uma evolução humana. Lá pudemos vivenciar sacrifícios de pessoas e famílias por razões meramente banais: a escassez. Escassez de recurso financeiro, de recurso alimentício e hídrico, de local de moradia, de dignidade. Essa realidade se contrapõe com a alegria, com a generosidade e as cores que cercam as pessoas. A missão África permite aumentarmos nosso nível de resiliência, de compaixão e de respeito ao ser humano e nos inspira uma medicina mais humana, mais empática e mais acolhedora. Uma medicina que sonhamos para os nossos alunos e nossa sociedade”, declara Dr Alexandre Cortez do Amaral, médico da Família e Comunidade e professor da FASEH / Inspirali Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
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