Interesse do consumidor por veículos híbridos cresce enquanto popularidade de elétricos não avança

Segundo estudo global da Deloitte, cada vez mais consumidores buscam o “melhor dos dois mundos” nos carros com dupla motorização – à combustão e elétrica –; 1/4 dos compradores nos Estados Unidos deve escolher um veículo híbrido em sua próxima compra

JEFFREY GROUP
06/03/2025 11h44 - Atualizado há 5 dias
Interesse do consumidor por veículos híbridos cresce enquanto popularidade de elétricos não avança
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São Paulo, fevereiro de 2025 – O mercado automotivo está sob impacto de novas propostas de valor para os consumidores. A popularidade dos veículos híbridos vem crescendo, enquanto o interesse por veículos com motores de combustão interna, apesar de variar de país em país, começa a se normalizar em alguns mercados. Nos Estados Unidos, por exemplo, enquanto o volume de respondentes com intenção de comprar um veículo à combustão na próxima compra caiu 5 pontos percentuais em relação ao ano passado, para 62%, o de interessados em veículos híbridos subiu 6 p.p., para 26%. As informações são do estudo Global Automotive Consumer, da Deloitte, organização com o portfólio profissional mais diversificado do mundo.

O levantamento é feito anualmente pela Deloitte, há 15 anos. Nesta última edição, foram consideradas as respostas de 30 mil pessoas, obtidas entre outubro e dezembro de 2024, em 30 países (sem incluir o Brasil). A apuração considerou a eletrificação dos carros, a decisão atual e as intenções de compra futuras de veículos, a influência da tecnologia e das soluções compartilhadas de mobilidade.

O estudo também constatou que a disposição dos consumidores por adquirir veículos elétricos tem abrandado, apesar da necessidade de avanço em direção a meios de transporte com emissão zero de carbono. Nos Estados Unidos, essa opção conta com 5% das intenções de compra. Por outro lado, a popularidade dos carros híbridos têm cativado o público mais ávido por reduzir o consumo de combustível, conduzir automóveis mais silenciosos e contribuir com a melhora do meio ambiente em geral – uma opção vista como “melhor dos dois mundos”, entre outros fatores.

“Carros elétricos dispõem, em muitos casos, de até 500 quilômetros de capacidade de rodagem e de pouca infraestrutura de recarga, ainda com pontos limitados e tempo de até 7 horas para atingir o nivel completo de energia. Por isso, parece que essa opção ainda vai demorar a fazer total sentido para o cosumidor. Já os veículos híbridos despontam como alternativa mais aderente às demandas dos consumidores, pelas entregas que vão além do foco nas questões climáticas, mas também as incluem”, diz Paulo de Tarso, sócio-líder da Indústria de Consumo da Deloitte no Brasil.

No Japão e na China, a vontade de adquirir na próxima compra um carro movido exclusivamente por gasolina, etanol ou diesel foi citada por quatro em cada dez respondentes do estudo – respectivamente, 41% e 38%. Isso representa um aumento da intenção de compra por veículo à combustão, sendo no Japão de 7 pontos percentuais e na China, de 5 p.p., em comparação à edição anterior do estudo. Ainda assim, a soma de interesse por veículos híbridos é significativa: 43% no Japão e 33% na China. “São países com forte incentivo à inovação no setor automotivo”, diz Paulo de Tarso.

“O veículo híbrido, mesmo mais pesado por ter duas motorizações, dá a opção de mobilidade com menor emissão de carbono em deslocamentos curtos nas cidades, e à combustão para distâncias mais longas nas estradas. È possível que o comportamento de buscar o ‘melhor do dois mundos’ pelo híbrido em vez da preferência pelo elétrico também se converta em tendência no Brasil, combinando precupações com sustentabilidade e comodidade e a praticidade. O fato é que o interesse por esses carros segue também outras tendências de mercado. Um pacote de benefícios que vai além de conter o aquecimento global”, observa Paulo de Tarso.

Fator tecnologia

Grande parte dos consumidores consultados no estudo é favorável à adição de Inteligência Artificial nos sistemas dos veículos. Os carros apoiados por IA para perceber o ambiente e tomar decisões têm a intenção de tornar a mobilidade mais segura e envolvente. Mais de três quartos dos entrevistados da Índia (77%) e na China (82%) vêm esse adicional como um benefício. Em contrapartida, nos Estados Unidos e no Reino Unido essa visão positiva é compartilhada por menos de metade dos consumidores: respectivamente, 45% e 43& vem a implementação de AI em veículos como benéfico.

O estudo da Deloitte trouxe também que consumidores da Índia e do Reino Unido são os mais preocupados com a ideia de guiar em uma rodovia junto a uma frota de robotáxis (respectivamente 63% e 52%) e outros veículos autônomos comerciais (respectivamente 74% e 67%).

“A pesquisa também revelou que os consumidores em todo mundo estão bastante dispostos a pagar mais por veículos com itens tecnológicos adicionais, mas que estejam relacionados especialmente à segurança, integração de dados e plataformas de comunicação. E isso tem sido ponto de apoio nas decisões de montadoras desde o projeto até a concepção dos veículos”, frisa Paulo de Tarso.

Fatores tradicionais

Apesar dos critérios sustentabilidade do planeta e aparato tecnológico ganharem força na decisão de compra dos carros por consumidores, o estudo identificou que preço, qualidade do produto e desempenho ainda são os principais fatores motivadores da escolha, citados em média como os mais relevantes por metade do público com interesse de compra de veículos em todo o mundo.

Aspectos de lealdade às marcas de automóveis diferem de país para país. De acordo com os respondentes do estudo, na China existe mair abertura para experimentações, nos EUA o público está dividido e no Japão há maior fidelidade.

“Em cada país há fatores culturais que implicam na dinâmica de compra. De todo modo, certos aspectos parecem não mudar quando se pensa em carro, em razão também do propósito do produto e da estratégia massificada de comunicação quanto aos principais benefícios disponíveis”, explica Paulo de Tarso.

Fatores geracionais

Segundo o estudo, 70% dos consumidores de carros da Geração Y (entre 18 e 34 anos), entrevistados na Índia, estão dispostos a desistir da propriedade dos veículos em favor de soluções integradas de mobilidade em massa. Em contrapartida, apenas um em cada três consumidores de automóveis mais jovens na Alemanha topariam tal contexto.

“Essa dinâmica se acentuou com os serviços de mobilidade com suporte de aplicativos. Mas terão ainda maior apelo quando as cidades avançarem de maneria significativa em infraestrutura metroviária e em bolsões de estacionamento”, afirma Paulo de Tarso.

Perfil do consumidor

Diante de um abrangente leque de opções de motorização de veículos, de tecnologia embarcada e da autonomia, o que parece que realmente será o fator diferenciador é identificar o perfil do consumidor, menciona Paulo de Tarso.

“No Brasil, as opções de motorização atuais incluem veículos a gasolina, a diesel, a etanol, veículos flex (gasolina e etanol), carros híbridos, carros elétricos e veículos modificados a gás natural. O tempo de abastecimento e a autonomia divergem em cada motorização e a escolha do consumidor pode levar em consideração suas necessidades, como deslocamentos mais curtos em grandes cidades, ou deslocamentos longos para aqueles consumidores que viajam rotineiramente”, explica Paulo de Tarso.

Metodologia

O estudo consultou, de forma online, consumidores de veículos dos seguintes países: Argentina, Canadá, México, EUA, Áustria, Bélgica, República Tcheca, França, Alemanha, Hungria, Itália, Holanda, Polônia, índia, Japão, China, Arábia Saudita, Espanha, Suécia, Turquia, Emirados Árabes, Reino Unido, Austrália, Indonésia, Malásia, Filipinas, Coreia e Singapura, Tailândia e Vietnã. Metade do público se declararou mulher e a outra metade homem, todos acima dos 18 anos de idade.

Sobre a Deloitte

A Deloitte é a organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, com cerca de 460 mil profissionais em todo o mundo, gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países e territórios. Com base nos seus mais de 175 anos de história, fornece serviços de auditoria e asseguração, consultoria tributária, consultoria empresarial, assessoria financeira e consultoria em gestão de riscos para quase 90% das organizações da lista da Fortune Global 500® e milhares de outras empresas. Nossas pessoas proporcionam resultados mensuráveis e duradouros para ajudar a reforçar a confiança pública nos mercados de capitais e permitir aos clientes transformar e prosperar, e lideram o caminho para uma economia mais forte, uma sociedade mais equitativa e um mundo sustentável. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é líder de mercado, com mais de 7.000 profissionais e operações em todo o território nacional, a partir de 18 escritórios. Para mais informações, acesse: www.deloitte.com.br.

A Deloitte refere-se a uma ou mais empresas da Deloitte Touche Tohmatsu Limited (“DTTL”), sua rede global de firmas-membro e suas entidades relacionadas (coletivamente, a “organização Deloitte”). A DTTL (também chamada de “Deloitte Global”) e cada uma de suas firmas-membro e entidades relacionadas são legalmente separadas e independentes, que não podem se obrigar ou se vincular a terceiros. A DTTL, cada firma-membro da DTTL e cada entidade relacionada são responsáveis apenas por seus próprios atos e omissões, e não entre si. A DTTL não fornece serviços para clientes. Por favor, consulte www.deloitte.com/about para saber mais.

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FONTE: Deloitte - Jeffrey Group
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