Genética e comportamento. O que herdamos?

*Rodrigo Berté

JULIA ESTEVAM
28/02/2025 18h00 - Atualizado há 8 horas
Genética e comportamento. O que herdamos?
Rodrigo Leal

A herança hereditária genética é a transmissão de características dos pais para seus filhos, processo que ocorre através dos genes nos cromossomos. Cada indivíduo recebe metade dos seus cromossomos da mãe e a outra metade do pai. Os genes presentes nesses cromossomos determinam uma variedade e variabilidade de características, como cor dos olhos, tipo sanguíneo, altura, cor do cabelo e pele, e predisposição a certas doenças, entre outros. 

Diversos fatores envolvem e tem nível de complexidade nas características que são herdadas. Existem dois tipos de genes: os dominantes e os recessivos. Para os dominantes, basta uma cópia desse gene para que a característica seja expressa. No caso dos genes recessivos, são necessárias duas cópias do gene para que a característica seja expressa. Além disso, a expressão de algumas características pode ser influenciada por fatores ambientais, como nutrição e principalmente o estilo de vida. 

A discussão sobre herança hereditária genética tomou outros focos a partir de uma série de novas publicações sobre a herança de comportamento.  A herança de comportamento é influenciada por uma interação complexa entre genes e ambiente. Os genes fornecem o projeto básico, mas o ambiente molda o comportamento de várias maneiras. A investigação neste campo está avançando rapidamente, mas é importante considerar as implicações éticas e sociais das descobertas.  

Na obra “O Gene Egoísta", o autor Richard Dawkins explora a visão da evolução centrada nos genes e como isso pode influenciar o comportamento. Esta obra demonstra que não somente herdamos a hereditariedade dos nossos pais, mas também o comportamento por ancestralidade. Ainda é muito cedo para afirmativas, porém muitas pesquisas vêm sendo realizadas mundialmente.  

No livro, Richard Dawkins fala sobre a evolução centrada nos genes e como isso pode afetar o comportamento. Ele sugere que herdamos não só traços físicos, mas também comportamentais dos nossos ancestrais. Ainda estamos aprendendo muito sobre esse assunto, mas já existem pesquisas, como as feitas com gêmeos, que ajudam a entender como a genética pode influenciar nossa personalidade. Gêmeos idênticos, que compartilham 100% dos genes, e gêmeos fraternos, que compartilham 50%, ajudam a estudar as semelhanças em comportamentos e a estimar o quanto a genética pode influenciar traços como extroversão, neuroticismo e inteligência. 

No fim das contas, é importante lembrar que, embora a genética tenha uma grande influência, o comportamento humano não é determinado apenas pelos genes. O ambiente e as escolhas de vida também são fundamentais, e tudo isso junto é o que molda a pessoa que somos. 

A ciência ainda está explorando essas relações, mas o mais importante é saber que somos mais do que apenas nossa genética, e que nossas decisões e experiências têm o poder de moldar nossa vida. 

*Rodrigo Berté é pró-reitor de Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter e Doutor em Meio Ambiente 


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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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