Maternidade Atípica: o desafio de redescobrir o mundo a cada dia
Com 73% dos pais ausentes, de acordo com estudo, mães atípicas enfrentam sobrecarga emocional e financeira
Débora Luz | Literare Books
06/02/2025 11h33 - Atualizado há 2 meses
Literare Books
A maternidade é um dos desafios mais transformadores da vida de uma mulher. Quando falamos de uma mãe atípica, essa jornada se torna ainda mais intensa, repleta de aprendizados e uma necessidade constante de adaptação. Alessandra Oliveira, coautora do livro “Maternidade Atípica” (Literare Books International), aborda essa realidade no capítulo “Não há nada de errado com você!”, trazendo reflexões sobre os desafios e as descobertas que acompanham esse caminho. “Uma mãe atípica vivencia uma situação ainda mais dinâmica, pois precisa lidar com um mundo desconhecido e explorar novas alternativas trazidas pela incerteza que o diagnóstico do seu filho representa”, ressalta Alessandra. A incerteza é um dos primeiros sentimentos a se fazer presente, especialmente quando a família recebe um diagnóstico que desafia expectativas e reformula sonhos. A aceitação é um processo individual e singular. “O primeiro desafio é aceitar o sentimento de luto e frustração que o diagnóstico apresenta: é preciso superar a expectativa inicial do 'filho sonhado' para dar lugar ao 'filho concebido'”, explica a autora. A duração desse luto varia para cada família, e respeitar esse tempo é essencial para que a mãe possa viver plenamente sua maternidade. Outro ponto crítico enfrentado por muitas dessas mães é a falta de suporte. De acordo com um estudo do Instituto Mano Down, cerca de 73% dos pais abandonam suas famílias em até cinco anos após o nascimento de uma criança com deficiência intelectual. Essa realidade intensifica a carga emocional e financeira sobre as mães, que precisam lidar sozinhas com consultas médicas, terapias, processos burocráticos e a inclusão escolar dos filhos. A sobrecarga pode levar a problemas graves como ansiedade, depressão e burnout. “Diante de tanta sobrecarga, as mães atípicas enfrentam muitas aflições que causam insegurança, medo, cansaço, impotência e solidão”, alerta Alessandra. Por isso, a inteligência emocional se torna uma ferramenta essencial para a saúde mental dessas mulheres. A prática da atenção plena (mindfulness) e o autocuidado são algumas das estratégias recomendadas para manter o equilíbrio emocional e garantir que a mãe tenha condições de oferecer o melhor de si ao filho. Apesar dos desafios, a maternidade atípica também é repleta de momentos de felicidade e realização. “Celebre o progresso do seu filho, pois cada passo, mesmo pequeno, é uma conquista. Torne a jornada uma festa de amor e apoio incondicional”, encoraja Alessandra. Para ela, o amor supera os obstáculos e transforma a relação entre mãe e filho em um aprendizado constante. A sociedade tem um papel fundamental nesse processo. Criar redes de apoio, oferecer empatia e valorizar a diversidade da maternidade são atitudes que podem tornar o mundo mais inclusivo e acolhedor. O caminho da maternidade atípica é repleto de desafios, mas também de grandes descobertas e aprendizados. “Que possamos, como sociedade, oferecer o suporte necessário para que essas mães possam exercer seu papel com dignidade, respeito e amor”, conclui Alessandra. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
DÉBORA SANTANA LUZ
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