Excesso de Calor e o Cérebro dos Atletas: O Que Você Precisa Saber

SARAH MONTEIRO
03/02/2025 14h25 - Atualizado há 4 horas
Excesso de Calor e o Cérebro dos Atletas: O Que Você Precisa Saber
Divulgação
O calor intenso pode ser um desafio para qualquer pessoa, mas para os atletas, que frequentemente estão expostos a condições extremas durante treinos e competições, o impacto pode ser ainda mais significativo. Além de comprometer o desempenho físico, o excesso de calor pode causar sérios danos ao cérebro, afetando a saúde mental e cognitiva. Para entender os efeitos dessa exposição e como mitigá-los, conversamos com a especialista Dra. Amanda Ciaramicoli, neuronutricionista, nutrigeneticista esportiva e psicanalista, com certificação internacional em Psiquiatria Nutricional pelo INCCOR.

Como o calor afeta o cérebro dos atletas?

De acordo com a Dra. Amanda, o calor excessivo pode levar o corpo a estados de estresse térmico, que, por sua vez, afetam o funcionamento do cérebro. “Quando o corpo é exposto a temperaturas muito altas, ele trabalha para manter a homeostase. Isso inclui redistribuir o fluxo sanguíneo para a pele a fim de dissipar o calor, o que pode reduzir o fluxo para o cérebro e outros órgãos”, explica.

Entre os principais impactos do calor no cérebro dos atletas estão:
    •    Confusão mental e falta de foco: O aumento da temperatura corporal pode interferir no funcionamento dos neurotransmissores, comprometendo o raciocínio e a coordenação.
    •    Risco de edema cerebral: Em casos extremos, o calor pode causar inchaço no cérebro, uma condição grave que requer atenção médica imediata.
    •    Danos neuronais: A exposição prolongada ao calor pode levar ao estresse oxidativo, que afeta as células cerebrais e pode ter impactos duradouros.
    •    Alterações no humor: O calor pode aumentar os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, desencadeando irritabilidade e até ansiedade em alguns casos.

Quais são os sinais de alerta?

A Dra. Amanda lista os principais sintomas que os atletas devem observar durante a prática esportiva em condições de calor excessivo:
    •    Tontura ou sensação de desmaio;
    •    Dores de cabeça persistentes;
    •    Confusão ou dificuldade de concentração;
    •    Cansaço extremo, mesmo após pouco esforço;
    •    Náuseas ou vômitos.

“Se algum desses sintomas aparecer, é fundamental interromper a atividade física, buscar um local fresco e se hidratar adequadamente. Em casos graves, procurar atendimento médico imediato pode evitar complicações”, alerta a especialista.

Como proteger o cérebro dos efeitos do calor?

A Dra. Amanda recomenda algumas estratégias para minimizar os riscos do calor extremo no desempenho e na saúde cerebral:
    1.    Hidratação constante:
“A desidratação agrava os efeitos do calor no cérebro. O consumo regular de água e eletrólitos durante o exercício é essencial para manter o equilíbrio corporal e proteger o cérebro”, explica.
    2.    Evite horários de pico:
Sempre que possível, evite treinar ou competir entre 10h e 16h, quando as temperaturas estão mais elevadas.
    3.    Adapte a alimentação:
A especialista recomenda incluir alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, abacate e oleaginosas, que ajudam a combater o estresse oxidativo no cérebro. “O ômega-3, presente em peixes como salmão, também é um grande aliado para proteger a saúde cerebral em condições extremas”, afirma.
    4.    Vestimentas apropriadas:
Use roupas leves e de tecidos que permitam a transpiração para ajudar na regulação da temperatura corporal.
    5.    Respeite os limites do corpo:
“É essencial estar atento aos sinais do corpo e saber quando parar. Forçar o organismo em condições extremas pode ter consequências graves para a saúde mental e física”, orienta a Dra. Amanda.

Calor e saúde mental: um alerta importante

Além dos impactos físicos, o calor também pode afetar a saúde mental dos atletas. Segundo a Dra. Amanda, o aumento do cortisol pode desencadear ansiedade e, em casos extremos, até sintomas depressivos. “Atletas que estão frequentemente expostos a essas condições devem ter acompanhamento multidisciplinar, incluindo apoio psicológico e nutricional, para minimizar os efeitos no longo prazo”, enfatiza.

Conclusão: prevenir é sempre o melhor caminho

O excesso de calor é um risco real para a saúde cerebral dos atletas, mas com as estratégias certas, é possível prevenir complicações e manter o desempenho. “A conscientização sobre os efeitos do calor no cérebro e a adoção de hábitos preventivos são fundamentais para garantir o bem-estar e a longevidade na prática esportiva”, conclui a Dra. Amanda Ciaramicoli.

Se você é atleta ou pratica exercícios regulares em condições de calor intenso, é importante buscar orientação especializada para proteger sua saúde e maximizar seu desempenho. Afinal, cuidar do cérebro é cuidar de todo o corpo.

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SARAH MONTEIRO DE CARVALHO
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