15/12/2024 às 23h37min - Atualizada em 17/12/2024 às 08h06min
A síndrome de burnout nos gramados
Quando a paixão vira peso estresse crônico, pressão por resultados e cobranças excessivas podem levar atletas de alto rendimento ao esgotamento físico e mental.
RENATO LISBOA
Renato Lisboa
Renato Lisboa *Renato Lisboa O futebol, paixão nacional, é palco de emoções intensas, vitórias vibrantes e derrotas dolorosas. Mas por trás dos holofotes e da glória, os atletas profissionais enfrentam uma realidade desafiadora, que exige não só preparo físico impecável, mas também uma mente forte e resiliente. Nos últimos anos, um problema silencioso tem ganhado destaque nos vestiários: a Síndrome de Burnout.
Originalmente associada ao mundo corporativo, o Burnout se caracteriza por um estado de esgotamento físico e mental profundo, resultado do acúmulo de estresse crônico e da pressão constante por performance. No futebol, essa síndrome se manifesta de diferentes formas, impactando o desempenho e a saúde dos jogadores.
Fatores de Risco:
A rotina intensa de treinos, viagens, competições e a constante exposição à mídia, criam um ambiente propício para o desenvolvimento do Burnout. A pressão por resultados, as cobranças da torcida e a instabilidade inerente à carreira profissional contribuem para o desgaste emocional dos atletas. Lesões, frustrações e a dificuldade em lidar com a fama também são fatores de risco.
Sintomas:
Os sintomas do Burnout podem ser físicos, emocionais e comportamentais. Cansaço excessivo, dores musculares, insônia, alterações de apetite, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, perda de motivação e isolamento social são alguns dos sinais de alerta. Em casos mais graves, o atleta pode apresentar quadros de depressão e até mesmo desenvolver dependência química.
Impacto no Desempenho:
O Burnout afeta diretamente o desempenho do jogador em campo. A exaustão física e mental prejudica a capacidade de concentração, a tomada de decisões e o tempo de reação. A falta de motivação e o sentimento de desvalorização levam à queda de rendimento e aumentam o risco de lesões.
Prevenção e Tratamento:
A prevenção do Burnout no futebol exige uma abordagem multidisciplinar, que envolve clubes, treinadores, médicos, psicólogos e o próprio atleta. É fundamental criar um ambiente de trabalho saudável, com limites claros entre vida profissional e pessoal, oferecer suporte psicológico e promover atividades que auxiliem no gerenciamento do estresse.
O tratamento do Burnout geralmente inclui psicoterapia, acompanhamento médico e, em alguns casos, o uso de medicamentos. O afastamento temporário das atividades e a reestruturação da rotina também podem ser necessários para a recuperação completa do atleta.
Quebrando o Tabu:
É essencial quebrar o tabu em torno da saúde mental no esporte. Atletas são seres humanos, sujeitos a pressões e vulnerabilidades. Reconhecer e abordar o problema do Burnout é o primeiro passo para garantir o bem-estar dos jogadores e a longevidade de suas carreiras. A conscientização, o diálogo aberto e o apoio profissional são as ferramentas para combater esse adversário silencioso e garantir que a paixão pelo futebol continue brilhando nos gramados.
*Neuropsicanalista, Socorrista em Saúde Mental, Jornalista e Advogado. Foi responsável pela maior negociação trabalhista do Brasil. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
RENATO DOS SANTOS LISBOA
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