15/12/2024 às 23h58min - Atualizada em 16/12/2024 às 20h08min
Burn-on: a síndrome do excesso de paixão pelo trabalho
Profissional da saúde mental alerta para os riscos da "Síndrome de Burn-on", um novo tipo de esgotamento que afeta workaholics.
RENATO LISBOA
Renato Lisboa
Renato Lisboa Em um mundo cada vez mais competitivo e acelerado, a pressão por alta performance e produtividade tem levado muitos profissionais a ultrapassarem seus limites. Se antes a preocupação se concentrava na Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento profissional, agora surge uma nova ameaça: a Síndrome de Burn-on.
Ao contrário do Burnout, que se manifesta pela exaustão extrema e desmotivação, o Burn-on se caracteriza por um excesso de entusiasmo e paixão pelo trabalho. Indivíduos com Burn-on dedicam-se de forma obsessiva às suas atividades, negligenciando suas necessidades pessoais, saúde e bem-estar.
"O Burn-on é como uma chama que queima com intensidade excessiva, consumindo o indivíduo por dentro", explica o Neuropsicanalista Renato Lisboa. "A pessoa se torna viciada em trabalho, buscando constantemente reconhecimento e validação. É um ciclo vicioso que pode levar a consequências graves."
Identificando o Burn-on:
Alguns sinais podem indicar que um indivíduo está sofrendo de Burn-on:
- Trabalhar excessivamente, mesmo em horas de descanso e finais de semana.
- Dificuldade em se desconectar do trabalho, mesmo em férias.
- Negligenciar a vida social, familiar e pessoal.
- Apresentar irritabilidade e ansiedade quando não está trabalhando.
- Sentir-se culpado ao tirar folgas.
- Ter dificuldade em dizer "não" a novas tarefas.
Impacto nas empresas:
Embora à primeira vista o Burn-on possa parecer benéfico para as empresas, a longo prazo ele pode gerar grandes prejuízos. Colaboradores com essa síndrome tendem a apresentar:
- Queda na qualidade do trabalho devido à exaustão.
- Aumento do número de erros e falhas.
- Dificuldade em trabalhar em equipe.
- Maiores taxas de absenteísmo.
- Problemas de saúde, como insônia, ansiedade e depressão.
Tratamento:
O tratamento para Burn-on geralmente envolve psicoterapia, com foco em técnicas de gerenciamento de tempo, estabelecimento de limites e desenvolvimento de hábitos saudáveis. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para controlar sintomas como ansiedade e depressão.
O papel dos Socorristas em Saúde Mental:
Socorristas em Saúde Mental desempenham um papel crucial na identificação, acolhimento e atendimento de pessoas com Burn-on. Eles podem atuar em diversos contextos, como empresas, escolas e hospitais, oferecendo suporte emocional, orientação e encaminhamento para tratamento especializado.
"É fundamental que os Socorristas estejam atentos aos sinais de Burn-on e saibam como abordar o indivíduo de forma acolhedora e respeitosa", destaca Renato Lisboa que também é Socorrista Mental. "O primeiro passo é criar um ambiente de confiança para que a pessoa se sinta à vontade para compartilhar seus sentimentos e dificuldades."
A Síndrome de Burn-on é um problema crescente que exige atenção de profissionais da saúde, empresas e sociedade em geral. É preciso estar atento aos sinais e buscar ajuda profissional para evitar consequências graves para a saúde física e mental dos indivíduos.
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RENATO DOS SANTOS LISBOA
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