O Brasil continua enfrentando um desafio crítico relacionado à gestão de água: os vazamentos ocultos, que não só impactam economicamente as famílias, mas também representam uma séria ameaça à sustentabilidade dos recursos hídricos. Um estudo recente apontou que cerca de 37,8% da água potável produzida no país é perdida antes mesmo de chegar às torneiras das residências, um índice que supera significativamente a média de países desenvolvidos, que é de 15%.
Davi Sandro de Oliveira, técnico especialista em caça vazamentos da empresa ND Caça Vazamentos na Zona Leste, ressalta a importância de estar atento aos sinais menos óbvios de vazamentos. "Muitas vezes, o vazamento não é visível, mas pode ser detectado através de uma análise mais cuidadosa do consumo de água. Se há uma discrepância significativa entre o consumo usual e o atual sem um aumento correspondente na utilização, é possível que haja um vazamento oculto", explica Oliveira.
O Instituto Trata Brasil destaca que, em 2022, foram desperdiçados mais de 3,6 bilhões de metros cúbicos de água por perdas físicas, ou seja, vazamentos de água e rupturas nas tubulações, um volume que poderia abastecer milhões de brasileiros. A região Sudeste, apesar de melhores índices comparados ao Norte e Nordeste, ainda enfrenta desafios significativos para reduzir essas perdas a níveis mais aceitáveis.
Os municípios que demonstraram excelência na gestão de recursos hídricos, como Goiânia, Campo Grande e Limeira, conseguiram índices de desperdício abaixo de 25%, mostrando que é possível melhorar com políticas adequadas e investimentos em tecnologia. Estes dados sugerem a eficácia de estratégias bem direcionadas e a implementação de tecnologias avançadas na detecção e reparo de vazamentos invisíveis.
Para enfrentar este problema de forma efetiva, o Ministério do Desenvolvimento Regional estabeleceu a meta de redução de perdas para menos de 25% até o final de 2025. No entanto, a discrepância regional ainda é um grande desafio, visto que muitos municípios carecem dos recursos necessários para atingir esses objetivos.
O impacto dos vazamentos ocultos vai além do desperdício de água, refletindo-se diretamente nas contas de água dos consumidores e na economia do país. Com um cenário de mudanças climáticas e recursos hídricos cada vez mais limitados, é essencial que as políticas públicas e os investimentos em infraestrutura sejam intensificados para combater esse problema de forma sustentável e eficaz.
Essa situação ressalta a necessidade urgente de ação, não apenas dos governos, mas de toda a sociedade, para garantir a segurança hídrica e econômica do Brasil. A conscientização sobre o impacto dos vazamentos invisíveis é crucial para incentivar mudanças e promover um futuro mais sustentável.
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MARCOS MOREIRA CANGUSSU
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