12/09/2024 às 11h00min - Atualizada em 13/09/2024 às 08h01min
Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência sugere uma reflexão sobre a inclusão social no Brasil
BETE FARIA NICASTRO
Natalie Schonwald *Por Natalie Schonwald A data de 21 de setembro marca as conquistas obtidas pelas diversas mobilizações de políticas públicas e sociais que envolvem, há dezenove anos, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Portanto, a causa tem o propósito de chamar a atenção da sociedade para uma profunda conscientização sobre a importância de respeitar os direitos destes cidadãos, assim como “fazer valer” as reivindicações destas pessoas por uma inclusão social cada vez mais real. Como estou sempre envolvida em temas de diversidade, é essencial pontuar que a maior compreensão sobre as questões que afetam diretamente esses grupos deve começar desde a infância, pois facilita a relação pessoal e naturaliza a convivência de indivíduos com e sem deficiência. Na minha opinião, as principais vitórias alcançadas até agora no Brasil foram no mundo corporativo, com a Lei de Cotas que “garante” que todos tenham oportunidades para ocupar as vagas, embora legalmente exista ainda muita dificuldade de crescimento nos cargos. Muitas vezes as empresas fazem a contratação para evitar o pagamento de multa, e não porque querem realmente incluir esta população no mercado de trabalho. Nas escolas também houve uma evolução nas adaptações no processo educativo, já que as crianças com deficiência estão estudando em classes regulares, favorecendo a aprendizagem, mas ainda falta uma preparação adequada da equipe escolar para lidar com estes estudantes. As adequações arquitetônicas, como rampas e elevadores, contribuem para a acessibilidade em vários ambientes, essa foi uma grande mudança - também é um ponto extremamente relevante para participação efetiva de pessoas com deficiência na sociedade. Em alguns casos, embora ainda seja minoria, talvez por falta de interesse das empresas, existem programas tecnológicos como, por exemplo, aplicativos de programas de voz que possibilitam a realização adequada das atividades destes colaboradores, favorecendo sua autonomia. Também existem algumas empresas que possuem um comitê dedicado à diversidade, que prepara a equipe para auxiliar nas necessidades que possam aparecer nas práticas de trabalho, o que contribui para o apoio da inclusão e acessibilidade. Enfim, há inúmeras maneiras de apoiar e promover a inclusão no dia a dia, e esses temas devem estar sempre em pauta. Entendo que para que o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência ganhe cada vez mais visibilidade, é essencial demonstrar que a participação dessas pessoas na sociedade deve ser uma realidade constante, e não em um evento pontual. O reconhecimento e a celebração do momento devem servir como um ponto de partida para a verdadeira inclusão. Se a participação desse público for limitada a uma data comemorativa, em vez de se tornar parte integrante do cotidiano, o que ocorre é uma forma de exclusão disfarçada. Acredito que, à medida que nos aproximamos do dia 21 de setembro, devemos focar em atividades que envolvam o mundo corporativo, escolar e o esportivo, como o acesso a esportes adaptados, programas de educação inclusiva em atividades práticas, trabalhando com todos os envolvidos, preparando-os para receber com naturalidade e respeito. Essas iniciativas tendem a sensibilizar e garantir que a inclusão se torne uma prática cotidiana, transformando-se em um verdadeiro compromisso com a acessibilidade e a participação de pessoas com deficiência com equidade. O que ainda precisamos conquistar são mudanças que vão além dos aspectos legais, pois ainda estamos longe do que é realmente necessário. Embora a legislação esteja em vigor, o preconceito persiste como uma preocupação significativa, pois não é uma questão de lei, mas sim de uma transformação social profunda. Esse é um dos principais desafios que as pessoas com deficiência ainda enfrentam no Brasil. Natalie Schonwald Natalie é psicóloga, pedagoga, palestrante de inclusão e diversidade e autora dos livros “Na Cidade da Matemática” e “Na Cidade da Matemática – Bairro das Centenas”. É pós-graduanda em Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades (SP). Na área da educação, trabalha com os anos finais da Educação Infantil e iniciais do Ensino Fundamental I. Nesta área, Natalie completa seu trabalho escrevendo artigos. A profissional também faz parte da direção da Associação dos AVCistas do Brasil - uma organização comunitária de acolhimento às vítimas de AVC e seus familiares, e da Comunidade Educadores Reinventares. Como atleta, participou do mundial de adestramento paraequestre em 2003 – pratica esporte desde seus 9 anos e também é embaixadora da equipe feminina de surfe adaptado. Após um AVC com 8 meses, enfrentou um caminho de superação. Sua história é marcada não apenas pela adversidade, mas pela resiliência e conquistas que a transformou em fonte de inspiração, destacando a importância da inclusão e da diversidade em todas as suas formas. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARIA ELISABETE DE FARIA NICASTRO
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