Arquivo Colégio Porto SeguroMarcelo Donatti
Mestre em Educação e Diretor do Ensino Médio do Campus Vila Andrade e da EJA do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo
No dia 8 de setembro, celebramos o Dia Internacional da Alfabetização, uma data estabelecida pela ONU/Unesco em 1967 com o propósito de sublinhar a real importância da alfabetização na construção de sociedades mais justas e inclusivas. A alfabetização, como bem sabemos, não é apenas a chave para o conhecimento, mas um sólido caminho para a transformação social e econômica de um país. No Brasil, apesar dos avanços alcançados historicamente, ainda temos um longo destino a percorrer.
Segundo dados recentes, cerca de 7% da população brasileira com 15 anos ou mais ainda não sabe ler nem escrever, o que corresponde a aproximadamente 11 milhões de pessoas. No entanto, felizmente, o número de crianças alfabetizadas cresce a cada ano. Além disso, iniciativas como a Educação de Jovens e Adultos (EJA) têm desempenhado um papel crucial na melhoria desses índices, oferecendo uma segunda chance àqueles que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos regulares na infância ou adolescência.
Ao longo de minha jornada profissional, pude acompanhar muitas e muitas histórias inspiradoras de superação e dedicação. Um exemplo notável a ser destacado é o trio formado por Ana Aparecida dos Santos, Aristércio de Lima Azevedo e Fabiana Estima dos Santos, estudantes da EJA do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, que conquistaram em 2023 a medalha de bronze na 8ª Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG). Com 42, 37 e 36 anos, respectivamente, os representantes citados participaram pela primeira vez dessa olimpíada, competindo com mais de 3.230 equipes em três fases estaduais. A vitória obtida é, sem dúvida, mais um testemunho valioso da perseverança e do potencial transformador da educação.
O futuro que queremos mostra de modo definitivo todos os brasileiros sabendo ler e escrever com qualidade, realidade a ser construída coletivamente, na qual a alfabetização seja a base sólida sobre a qual se constrói um país mais justo e próspero. Como acompanhamos diariamente, as histórias de nossos alunos da EJA nos mostram que, com apoio e determinação, podemos transformar positivamente inúmeras vidas e, como consequência, a sociedade.
Neste Dia Internacional da Alfabetização, conclamo a sociedade a apoiar o trabalho de escolas que buscam ampliar o acesso à educação e a valorizar os alfabetizadores de todo o país. Vamos, juntos, fazer da alfabetização uma prioridade e assegurar que o direito de ler e escrever seja garantido a todos os brasileiros, independentemente de idade ou condição social. Este é, sem dúvida, o horizonte almejado para um futuro mais brilhante e inclusivo.
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FELIPE LUIS DA SILVA BLANCO
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