26/06/2025 às 08h18min - Atualizada em 26/06/2025 às 08h15min

Inteligência Artificial: O futuro é agora!

Legislação e Sociedade - Thiago Massicano

Legislação e Sociedade - Thiago Massicano

Thiago Massicano, especialista em Direito Empresarial e do Consumidor, sócio-presidente da Massicano Advogados e presidente eleito da OAB Tatuapé

Thiago Massicano

Quando comecei minha jornada na advocacia, os processos ainda eram impressos em papel almaço, os protocolos exigiam fila no fórum e os prazos eram controlados com agendas físicas e post-its coloridos. De lá pra cá, vivemos uma revolução: o processo eletrônico, a assinatura digital, o peticionamento remoto. Mas nenhuma mudança foi tão impactante quanto o surgimento da Inteligência Artificial (IA).

Se antes a tecnologia era apenas uma ferramenta de apoio, agora ela começa a transformar a própria essência das profissões e o Direito não é exceção.

De forma simples, a Inteligência Artificial é a capacidade de máquinas “pensarem” ou tomarem decisões com base em grandes volumes de dados. Isso não significa que os robôs vão nos substituir, mas sim que eles estão aprendendo a fazer tarefas repetitivas com mais velocidade e precisão.

No Direito, isso já está acontecendo. Softwares jurídicos com IA analisam contratos em segundos, revisam jurisprudência, sugerem argumentos e até auxiliam na redação de petições. Algo impensável duas décadas atrás.

Muita coisa. A IA não vem para acabar com a advocacia, mas para transformá-la. O profissional que se adaptar terá uma carreira mais estratégica, analítica e focada no que realmente importa: resolver o problema do cliente com inteligência e criatividade.

A IA cuida da parte mecânica. O advogado cuida da estratégia, da negociação, da empatia, da ética — tudo aquilo que uma máquina ainda não é capaz de replicar.

A mudança é ainda mais profunda. Com o uso da IA, espera-se um Judiciário mais célere, decisões mais uniformes e acesso à Justiça mais amplo, inclusive para quem antes não tinha condições de contratar um advogado. Serviços de orientação jurídica gratuita baseados em IA já estão sendo testados em outros países. O Brasil não ficará para trás.

Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. É preciso cuidado com o uso da IA no Direito. Transparência, supervisão humana, proteção de dados e responsabilidade sobre erros são temas urgentes.

A OAB, o CNJ e outras instituições já estão debatendo diretrizes para garantir que a tecnologia seja uma aliada e não uma ameaça à Justiça.

Não estamos mais no início de uma mudança. Já estamos no meio dela. A advocacia não será extinta, mas sim redesenhada. E os profissionais que entenderem isso terão lugar de destaque nesse novo cenário.

A IA veio para ficar. O futuro já é presente. E ele não vai esperar cada um de nós aprender ou se adaptar.

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