24/04/2025 às 08h43min - Atualizada em 24/04/2025 às 08h42min

Dumping Social: Quando a exploração vira modelo de negócio

Daniely Barbosa
Em um país onde o desemprego assusta e o medo da demissão cala, muitas empresas encontraram terreno fértil para praticar o chamado dumping social — uma forma cruel e disfarçada de exploração.

O termo, embora técnico, carrega uma realidade conhecida por milhões de trabalhadores brasileiros: jornadas abusivas, metas desumanas, assédio moral e descumprimento sistemático da legislação trabalhista. Tudo isso feito com um objetivo muito claro: reduzir custos e aumentar lucros.
É como se alguns empregadores tivessem esquecido que por trás da produtividade existem vidas, famílias, histórias.

O dumping social transforma a dignidade humana em moeda de troca e a justiça em obstáculo a ser burlado.
Essa prática não apenas destrói o indivíduo, mas também distorce o mercado, criando uma concorrência desleal entre empresas que seguem a lei e aquelas que decidem operar à margem dela.

É a ética sendo atropelada pelo pragmatismo mercenário.
A justiça do trabalho, embora constantemente atacada, é uma das poucas trincheiras que restam para a defesa da classe trabalhadora. Mas ela não pode agir sozinha.

É preciso informação, fiscalização e coragem — inclusive do trabalhador, que muitas vezes sofre em silêncio, acreditando que não há alternativa.
Há, sim.

Direito não é favor. Respeito não é luxo. Justiça não é utopia.
O dumping social precisa ser nomeado, denunciado e combatido com firmeza. Porque dignidade não se negocia.
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