30/01/2025 às 20h27min - Atualizada em 30/01/2025 às 20h26min
Startup de Sam Altman gera polêmica ao pagar por escaneamento de íris no Brasil
Especialistas do São Crisóvão Saúde alertam para riscos de privacidade e exploração da vulnerabilidade social na coleta de dados biométricos
São Cristóvão Saúde
Divulgação / São Cristóvão Saúde A startup Tools for Humanity, de Sam Altman, fundador da OpenAI, enfrenta polêmica após oferecer pagamentos pela coleta de dados biométricos de brasileiros. Especialistas alertam para os riscos dessa prática, destacando questões de privacidade e exploração da vulnerabilidade socioeconômica da população.
A proposta de escanear íris em troca de dinheiro levanta preocupações sobre segurança e ética. Segundo Leandro Ribeiro, do Sírio-Libanês, a falta de regulamentação pode transformar essa tecnologia em uma ameaça à privacidade e à integridade financeira das pessoas. A íris, assim como uma impressão digital, é um identificador único e inalterável, tornando sua comercialização um risco permanente.
Além da identidade, a leitura da íris pode revelar informações sensíveis, como estado de saúde, níveis de estresse e predisposição a doenças. Isso amplia os riscos de uso indevido por empresas e governos, abrindo espaço para fraudes e vigilância em larga escala.
Patricia Hatae, do São Cristóvão Saúde, reforça a importância de conscientizar a sociedade sobre esses perigos. Para ela, vender a íris significa perder o controle sobre um dado essencial, tornando-se vulnerável a usos indevidos no futuro.
Diante desse cenário, especialistas defendem maior transparência e leis rigorosas para proteger dados biométricos. “A privacidade não pode ser comprometida pela busca por lucro. Precisamos de um debate sério para garantir segurança e dignidade a todos”, alerta Valdir Pereira Ventura, CEO do Grupo São Cristóvão Saúde.