19/09/2024 às 07h43min - Atualizada em 19/09/2024 às 07h42min

O Hino Nacional e a canalha

Justiça e Cidadania - Almir Pazzianotto Pinto

Justiça e Cidadania - Almir Pazzianotto Pinto

Almir Pazzianotto Pinto é um jurista brasileiro. Foi presidente do Tribunal Superior do Trabalho no biênio 2000-2002.

Almir Pazzianotto Pinto
Canalha, segundo a definição encontrada nos dicionários, exprime a ideia de conjunto de pessoas desprezíveis.

​​Desgraçadamente, canalhas existem. Valem-se de todas as oportunidades para buscar espaços. Ocasiões propícias são os comícios de rua, sobretudo quando convocados por partidos liderados por demagogos espalhados em quantidade pelo Brasil.

​​Um dos últimos contou com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva, prestigiando a candidatura de Guilherme Boulos à prefeito de São Paulo, pelo PSOL, legenda que acolhe segmentos sociais periféricos ligados ao PT, PC, PCB, Rede, PDT, PcdoB.

​​A parcela mais agressiva e ignorante, para revelar como é formada, entoou o Hino Nacional Brasileiro trocando palavras e se utilizando de expressões que nele não se contém. O propósito seria registrar o apoio a Boulos da facção “Lgbtqiapn+”, cujo significado apenas os membros da confraria anárquica conhecem (ver Wikipédia – a enciclopédia livre).

​​São símbolos nacionais a Bandeira, o Hino, o Brasão e o Selo. Compete aos brasileiros, que nutrem respeito e amor à Pátria, “o dever de cultuar e preservar as nossas insígnias, conhecer-lhes as origens e significados” (Milton Luz, A História dos Símbolos Nacionais, Ed. Senado Federal, Brasília, DF, 1999).

​​O Youtube divulgou aos quatro cantos a intérprete escolhida pelos patrocinadores da arruaça cantando o Hino Nacional em “linguagem neutra”, com o presidente Lula e a ex-senadora Marta Suplicy presentes e sorridentes no palanque.

​​Composto por música de Francisco Manoel da Silva e poema de Joaquim Osório Duque Estrada, “de acordo com o que dispõem os Decretos nº 171, de 20 de janeiro de 1980, e nº 15.671, de 6 de setembro de 1992” (ob. cit., pág. 157), o Hino Nacional, a Bandeira Nacional, o Selo e o Brasão da República, não podem ser profanados pela ignorância e fanatismo da extrema esquerda.

​​Por lhe desconhecer a letra, o presidente Lula permaneceu calado e permitiu que o Hino Nacional fosse insultado. Não teve coragem para interromper a infeliz intérprete, vítima, talvez, de precária educação e do desconhecimento dos fatos da nossa História.

​​É deplorável que, em nome da liberdade e da pluralidade, nos encontremos dominados por negligência cívica. Que em momento democrático, como deveriam ser as assembleias populares, sejamos obrigados a presenciar a violação do Hino Nacional por cantora contratada pelos organizadores do comício do MST.

​​Ponho-me a imaginar se isso seria possível na França, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Suécia, Portugal, Espanha, México, Argentina, Paraguai, Chile, países que honram os valores históricos. De imediato, alguém presente no palanque ordenaria à cantora que se calasse.

​​O que assistimos, entretanto, foi Lula, Marta Suplicy, Guilherme Boulos passivos e admitindo a gravíssima transgressão.

​​Na antiga Capivari, recordo-me de ver homens perfilados baixarem respeitosos os chapéus aos primeiros versos do Hino Nacional, cantado por escolares ou soldados do Tiro de Guerra. Hoje o mau exemplo vem do Presidente da República. Apenas após tomar ciência de generalizados protestos, determinou tardiamente a retirada das imagens das redes sociais.
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