Do cinema internacional ao palco paulista: Fernando Belo estreia dois solos

"Um Precipício no Mar | Canção Que Vem de Longe" aborda diferentes vivências do luto em montagem minimalista com música original de André Abujamra

NOSSA SENHORA DA PAUTA ASSESSORIA DE COMUNICAçãO
15/10/2025 11h51 - Atualizado há 7 horas

Do cinema internacional ao palco paulista: Fernando Belo estreia dois solos
Crédito Fernando Tavares
O ator Fernando Belo, conhecido por trabalhos no cinema e na televisão internacional – como a série Euphoria e o filme Amores Materialistas –, estreia em São Paulo no dia 22 de outubro, quarta-feira, às 20h, no Teatro Manás Laboratório, o espetáculo Um Precipício no Mar | Canção Que Vem de Longe. Além de atuar, Belo também assina a direção da montagem, que apresenta dois monólogos do premiado dramaturgo britânico Simon Stephens em formato double-bill, ou seja, apresentados na mesma noite. A produção marca a primeira montagem brasileira do texto Canção Que Vem de Longe e a estreia de Um Precipício no Mar na capital paulista.

Com dramaturgia centrada no tema do luto e suas múltiplas formas de vivência, o espetáculo reúne dois relatos íntimos e complementares. Em Um Precipício no Mar, acompanhamos Alex, um fotógrafo que enfrenta o vazio após a morte trágica da filha de oito anos. No palco quase vazio, sua memória e vulnerabilidade se transformam em imagens e palavras que confrontam o público com as fragilidades da vida, da fé e da ciência.


Já em Canção Que Vem de Longe, Willem, um banqueiro radicado em Nova York, retorna à Amsterdã para o funeral do irmão. Em cartas escritas ao morto, ele revisita a própria história, a família e os vínculos interrompidos, oscilando entre negação e reconciliação. Stephens escreveu a peça em 2015 especialmente para uma companhia holandesa estrear na MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, na capital paulista. Esta produção é a primeira versão em português do texto.

“Existe algo muito bonito, mesmo que triste, sobre a função da memória como ferramenta para prolongar a presença daqueles que já se foram. Com o tempo, até mesmo a memória, esse último fio de contato, começa a nos escapar e enfrentamos um segundo processo de luto”, reflete Belo.

Minimalismo, luz e música
A encenação aposta em cenários minimalistas, destacando o intérprete como centro da experiência. No primeiro ato, Alex ocupa sozinho um palco vazio, preenchendo-o com imagens projetadas de suas lembranças. No segundo, Willem habita um quarto de hotel reconstituído por poucos elementos – mesa, cama, abajures e pilhas de cartas –, compondo um ambiente íntimo para suas confissões.

Um Precipício no Mar | Canção Que Vem de Longe conta ainda com o desenho de luz de Caetano Vilela, um dos principais iluminadores da cena brasileira, e música original de André Abujamra, que reforça as atmosferas emocionais das duas obras.

Belo sublinha que sua pesquisa é guiada pela ideia de “hipersinceridade” na interpretação: “Como ator, tenho que me colocar diante da plateia da maneira mais sincera e vulnerável possível. Quero evitar cair em um ‘registro de palco’. No limite, é como se eu pudesse fazer o mesmo texto na sala de casa, diante de amigos, e ninguém perceber que estou falando a partir de um texto decorado”, explica.

Em contraste, Canção Que Vem de Longe assume maior teatralidade, explorando recursos como câmeras, projeções e microfones. “O texto é formado por uma série de cartas, e nessa montagem a câmera desempenha a função do papel e da caneta. O público assiste à peça como quem lê uma carta endereçada a outra pessoa”, completa.

Identidade própria e encontro pessoal
Embora as duas peças já tenham recebido montagens internacionais marcantes – com nomes como Jake Gyllenhaal e Andrew Scott nos elencos –, Fernando Belo sublinha que esta encenação propõe uma identidade própria. “Acredito que a identidade da minha montagem vem do meu diálogo honesto e autêntico com as obras. O que trago para essa produção é o resultado do meu encontro pessoal com esse material”, explica ele.

Esse encontro também é marcado pela sua relação com o tema central. “O luto é algo compartilhado universalmente, independente de raça ou nacionalidade. Por causa da minha vivência artística internacional, costumo me atrair por temas que tenham um alcance mais amplo, que reverberam com pessoas de origens e culturas diferentes”, destaca.

Com passagens por grandes produções de cinema e TV, Belo acredita que o trânsito entre diferentes linguagens amplia sua pesquisa como ator e diretor. “É interessante atuar em contextos tão diferentes, desde produções com enorme estrutura, como Euphoria ou Amores Materialistas, até projetos independentes no teatro. Cada um traz seus desafios e oportunidades, e me sinto muito realizado em poder experimentar formas tão distintas de contar uma história”.

Serviço:

Um Precipício no Mar | Canção Que Vem de Longe
22 de outubro a 13 de novembro, quarta e quinta-feira, 20h.
Teatro Manás Laboratório – Rua Treze de Maio, 222 – Bela Vista, São Paulo.

100 minutos | 12 anos | R$30 a R$60 (venda no site Sympla).
 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
FREDERICO PAULA JUNIOR
[email protected]


Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://itaqueraemnoticias.com.br/.