O Prêmio Nobel de Economia de 2025 consolidou uma ideia que vem moldando o mundo há mais de um século: o progresso econômico depende da inovação constante — e das sociedades dispostas a se reinventar.
Mokyr destacou a importância de unir ciência e prática; Aghion e Howitt provaram que, quando o novo destrói o velho, o crescimento renasce.
Como explica o pesquisador Mateus Rodarte, em análise conjunta com o Professor Leandro Velloso, essa premiação simboliza um ponto de virada:
“O Nobel reconhece que a inovação, aliada à liberdade criativa e à proteção social, é o verdadeiro motor da prosperidade moderna.”
A chamada destruição criativa ganhou uma face digital.
Segundo Rodarte e Velloso, hoje o empreendedor schumpeteriano é o algoritmo — e o capital é a informação.
O capitalismo de plataforma, descrito por Nick Srnicek, transformou empresas como Uber, Amazon e Google em epicentros de poder baseados em dados e inteligência artificial.
“As plataformas não apenas produzem — elas concentram e controlam o valor econômico, tornando o dado o novo petróleo e o código, o novo capital.”
A inteligência artificial inaugura uma nova onda de inovação global — talvez a sexta grande revolução produtiva.
Como observa Leandro Velloso:
“Assim como a eletricidade transformou o século XX, a IA redefine o século XXI da automação cognitiva.”
A tecnologia expande fronteiras econômicas, personaliza serviços e automatiza processos antes inimagináveis, mas também desafia o emprego humano e a ética da decisão automatizada.
A destruição criativa, alertam os autores, é ambígua:
“Ela gera produtividade e novos empregos, mas concentra riqueza. O desafio é combinar flexibilidade com segurança — o conceito de flexicurity, que une inovação à proteção social.”
Para os trabalhadores, o futuro exige educação tecnológica, requalificação e adaptação constante.
Para os Estados, a missão é equilibrar eficiência e humanidade, evitando que o progresso técnico amplie desigualdades.
Rodarte e Velloso defendem que o Brasil precisa atuar como indutor da inovação, e não como barreira.
“Investir em infraestrutura digital pública, pesquisa aplicada e regulação moderna é essencial. Sociedades abertas ao conhecimento sempre inovam mais rápido.”
O país tem potencial para liderar nichos tecnológicos em biotecnologia, energias limpas e inteligência artificial aplicada — mas precisa conectar universidades, empresas e Estado em torno de uma política de ciência e inovação de longo prazo.
“É as duas coisas”, afirma Mateus Rodarte.
“Ela destrói modelos antigos e empregos, mas abre espaço para um novo contrato social entre mercado, trabalho e Estado. Cabe a nós garantir que essa transformação seja socialmente criadora e sustentável.”
O futuro, portanto, não será apenas tecnológico — será institucional e humano. A inovação precisa servir à sociedade, e não o contrário.
Nos próximos anos, a IA e as plataformas digitais acelerarão o ciclo de inovação e obsolescência.
O grande desafio global será equilibrar eficiência e humanidade, tecnologia e ética.
O mundo que virá dependerá da nossa capacidade de transformar a destruição criativa em renovação sustentável.
O futuro premiado pelo Nobel é aquele em que inovar significa, mais do que nunca, reinventar o próprio modo de existir em sociedade.
Mateus Rodarte
Auditor de Controle Interno (GDF)
Pesquisador IDP/DF
autor de 4 livros
Gestor público
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Leandro Velloso
Docente em Direito (UNESA)
Pesquisador FDV/ES
autor de 17 livros
Gestor público
Contato: [email protected]
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PRISCILA GONZALEZ NAVIA PIRES DA SILVA
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